Março foi chuvoso, serviu para atenuar um pouco os efeitos da seca, mas abril promete voltar a ser seco. E quente. Continuamos a assistir a frequentes mudanças bruscas das condições climáticas, sinal de instabilidade que prenuncia tempestades.
A previsão do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) fala em alguma chuva até dia 12, mau tempo para os Açores por causa da tempestade Evelyn, mas “a partir do dia 14, prevê-se uma alteração significativa na situação meteorológica e o território de Portugal Continental ficará sob a influência de um anticiclone e de uma massa de ar quente. Esta mudança irá originar diminuição da nebulosidade, da precipitação, do vento e subida muito significativa da temperatura do ar”. Simplificando, vem aí calor.
“Os valores da temperatura serão superiores aos normais para a época do ano, prevendo-se, para o final da semana, valores próximos de 30 °C, no interior do Alentejo, no Nordeste Trasmontano e em alguns locais do interior Minhoto e da Beira Litoral”.
APROVEITAR ÁGUA DA CHUVA
Posto isto, vamos ter saudades da chuva. É uma pena que boa parte da água que cai do céu seja desperdiçada. Nos meios urbanos, principalmente, além de lavar ruas e regar a relva dos jardins, é água desperdiçada.
As habitações não estão preparadas para armazenar água da chuva e as autarquias também não. E não seria difícil construir reservatórios para esse tipo de aproveitamento. As autarquias poderiam aproveitar essa água para regar jardins públicos.
Quem mora em vivendas também poderia fazê-lo se as casas estivessem equipadas com essas infraestruturas. E as devidas canalizações para levar essa água para lavatórios e autoclismos, máquinas de lavar e torneiras de jardins e hortas. Depois da casa construída será complicado introduzir estas alterações, mas se as casas fossem pensadas para terem mais esta funcionalidade, seria fácil.
Hoje, quem tenta aproveitar a água da chuva, está limitado a processos artesanais e pouco eficientes. Ter um balde no quintal para apanhar a água que escorre dos beirais, não é suficiente.
A verdade é que continuamos a usar água potável para descarregar no autoclismo, lavar carros e regar flores. Continuamos a estragar um bem precioso e cada vez mais escasso.