Orlando Castro, quase 50 anos para escrever este livro

Orlando Castro é jornalista. Escreveu nos jornais O País, O Primeiro de Janeiro, Templário, Jornal de Notícias. Escreve agora no Folha 8 de Angola. “Farto” de escrever sobre factos, escreveu agora sobre estados de alma.

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Orlando Castro já escreveu muito, até porque é jornalista há um ror de tempo. Mas, se falarmos de livros, o primeiro foi publicado no Huambo, no tempo em que a cidade se chamava Nova Lisboa.

Orlando Castro faz parte da tribo dos brancos de Angola. O autor deste escrito tem bem na memória um dos livros de Orlando Castro: “Cabinda – Ontem protetorado, Hoje colónia, Amanhã Nação”.  Um livro que serviu para agitar as águas paradas do lodaçal político angolano.

Angola é, de resto, o tema mais querido de Orlando. E que se repete na sua mais recente obra, o livro de poemas “Egosismo”.

Poesia não é coisa para meninos, desenganem-se.

"Velhos, mulheres e crianças,                                                                                      sonhos, amor e paz, felicidade e acácia florida;                                                           Irmanam das mesmas esperanças                                                                                  Nessa vala comum que jaz                                                                                                 Na amada Angola perdida;                                                                                               Não cantes irmão                                                                                                               Porque teu mal não espantas                                                                                             Se bem que seja a tua verdade…"

Assim reza, às tantas, o poema “Cântico para o Amanhã” que encontramos a abrir o livro. Ou como a desgraça dos povos é coisa repetida por todo o Mundo.

A propósito desta ideia, o prefaciador do “Egosismo”, Eugénio Costa Almeida, diz que “de poetas e loucos todos temos um pouco. Eu acrescentaria de poetas, de loucos e de projectistas, na realidade além de tudo termos um pouco, também todos somos pouco realistas.”

Fica assim aqui apresentado um livro que começou a ser escrito no Huambo há quase 50 anos, no dia em que Orlando escolheu entre “ficar e morrer ou fugir para viver”.

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