Orlando Castro já escreveu muito, até porque é jornalista há um ror de tempo. Mas, se falarmos de livros, o primeiro foi publicado no Huambo, no tempo em que a cidade se chamava Nova Lisboa.
Orlando Castro faz parte da tribo dos brancos de Angola. O autor deste escrito tem bem na memória um dos livros de Orlando Castro: “Cabinda – Ontem protetorado, Hoje colónia, Amanhã Nação”. Um livro que serviu para agitar as águas paradas do lodaçal político angolano.
Angola é, de resto, o tema mais querido de Orlando. E que se repete na sua mais recente obra, o livro de poemas “Egosismo”.
Poesia não é coisa para meninos, desenganem-se.
"Velhos, mulheres e crianças, sonhos, amor e paz, felicidade e acácia florida; Irmanam das mesmas esperanças Nessa vala comum que jaz Na amada Angola perdida; Não cantes irmão Porque teu mal não espantas Se bem que seja a tua verdade…"
Assim reza, às tantas, o poema “Cântico para o Amanhã” que encontramos a abrir o livro. Ou como a desgraça dos povos é coisa repetida por todo o Mundo.
A propósito desta ideia, o prefaciador do “Egosismo”, Eugénio Costa Almeida, diz que “de poetas e loucos todos temos um pouco. Eu acrescentaria de poetas, de loucos e de projectistas, na realidade além de tudo termos um pouco, também todos somos pouco realistas.”
Fica assim aqui apresentado um livro que começou a ser escrito no Huambo há quase 50 anos, no dia em que Orlando escolheu entre “ficar e morrer ou fugir para viver”.