A Rússia ameaça aumentar o preço do seu petróleo e gás. É uma forma de retaliação que não surpreende ninguém, face às dificuldades económicas que lhe estão a ser impostas pelo resto do Mundo. A Europa pensou que bastaria não incluir os combustíveis e derivados nas sanções, para agradar a Moscovo?
A Europa vai sofrer porque as sanções impostas à Rússia afetam igualmente quem as decreta. A questão energética é apenas parte do problema. Afeta o preço dos produtos. Quem paga é o consumidor final, é evidente. Mas há ainda a questão alimentar. A Europa depende de terceiros para ter comida na mesa. O pão, por exemplo. O trigo que usamos vem precisamente da Rússia. O nosso pão alentejano é feito com cereal russo, o que não deixa de ser enternecedor. Ou seja, não há de faltar muito tempo para produtos como carcaça ou pão de forma serem exclusivos de gente rica.
Por mais descidas de impostos sobre os combustíveis que o Governo venha a decidir, o problema não se resolve. O imposto sobre os combustíveis vai ser revisto semanalmente, o que não impedirá o aumento dos preços. Terá apenas um efeito ligeiramente moderador. Se a guerra não parar e a economia não aguentar, pode até acontecer que os governos europeus tenham de passar a controlar administrativamente o preço dos produtos. Uma chatice para os capitalistas…