Por exemplo, hoje, está disponível a informação de que dezembro de 2021 (o mês passado) foi o 4º mês de dezembro mais quente desde que há registos. “O valor médio da temperatura média do ar, 11.69 °C, foi muito superior ao valor normal,” diz quem sabe.
E o gráfico que acompanha este relatório mostra-nos que já há uns anos que não há frio como dantes. O mês de dezembro é cada vez mais ameno.

Pouco frio e quase nenhuma chuva. Os meteorologistas falam mesmo em seca. Dizem que a maior parte do território nacional está em estado de seca moderada, algumas regiões em seca severa e apenas 6,3 % do território permanece em situação normal.

Há um padrão meteorológico que se acentua com o passar dos anos: menos frio, menos chuva. Os meteorologistas dizem que essa tendência se agravou desde o ano 2000 e que passámos a assistir a períodos mais longos de seca.
O pior é que não há previsões de chuva significativa para as próximas semanas. Se não chover em fevereiro, vamos ter problemas não só no abastecimento de água às populações das regiões mais afetadas mas, principalmente, na agricultura. Sem chuva não haverá água para garantir as sementeiras nem a sobrevivência do gado.
É evidente que estas alterações climáticas não se limitam às fronteiras nacionais. É um fenómeno visível em diferentes partes do mundo e a Península Ibérica e todo o sul da Europa fazem parte desses cenários de mudanças climáticas.
Não sendo a região do mundo que sofrerá maiores aumentos de temperatura, o Mediterrâneo está qualificado como um “ponto quente” das alterações climáticas no documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Estima-se que cerca de 500 milhões de pessoas sofrerão diretamente com as consequências dessas alterações climáticas.
As previsões deviam servir de alerta, quer para dirigentes políticos quer para cidadãos comuns: produção agrícola reduzida, diversidade de culturas muito diminuída, superfície de floresta queimada a duplicar ou triplicar. É a qualidade da nossa vida a desaparecer.
