Hoje é feriado, poucos estarão a trabalhar. A grande maioria dos serviços públicos estão fechados, assim como também a maioria das empresas privadas. Em algumas dessas empresas nem se nota a diferença. Fechadas ou abertas, parecem sempre que estão mais fechadas do que abertas. É o que se passa com os CTT, por exemplo.
Há dias abri a caixa do correio e estava lá um postal ilustrado. Vinha de Espanha, da Andaluzia, região espanhola que faz fronteira com o Alentejo. Pela data do carimbo dos correios espanhóis, o postal demorou 2 meses e uma semana para chegar ao destino, nos arredores de Lisboa, como se comprova pelas imagens seguintes:

Os CTT prestam um serviço miserável na distribuição de correio.
Tão miserável que está até a provocar prejuízos relevantes a algumas empresas. É o caso do jornal regional Beira Vouga. Na mais recente edição, este quinzenário traz um apelo aos CTT, na página 3. “Vimos aqui pedir aos CTT -com humildade e profundo respeito pelo importante trabalho que prestam- que nos ajudem. A reclamação dos nossos assinantes atinge dimensões nunca vistas e vai levar a que muitos desses assinantes acabem por cortar a assinatura. Há atrasos na distribuição que em alguns lugares quase atinge as duas semanas.”

O texto que estamos a citar prossegue com a certeza de que o futuro do Beira Vouga está em jogo, se a distribuição do jornal (que é remetido pelo correio para os assinantes) continuar a ter atrasos inaceitáveis. Os jornais regionais, de um modo geral, vivem das assinaturas. A maioria dos habitantes das regiões do interior já lá não vive, mas as pessoas assinam o jornal da terra, não só para não o deixar morrer mas, também, porque continuam interessados em saber o que se passa na aldeia.
Alguns dirão que o problema se ultrapassa com a digitalização das edições dessas publicações e disponibilizá-las online. Mas essa opção não serve, ainda, porque os anunciantes continuam a preferir o papel. A Farmácia oliveira, a Somos Seguros, a Construções Carlos Rocha, continuam a gostar de se ver na folha impressa, no jornal que espera pelo leitor em cima da mesa do café. É uma questão de proximidade, a esses clientes publicitários não lhes interessa estar na net porque eles prestam serviço às pessoas que vivem por ali. E por isso o Beira Vouga tem de ser impresso. E precisa de ser distribuído de modo expedito, como era antes dos CTT terem sido privatizados.
