Basílio Horta diz que não é militante do PS, mas imita muito bem. Até foi ao congresso dos socialistas, em Portimão. Foi e discursou. Ora, se isto não é militância, como lhe chamar?
E o que disse ele no discurso? Disse mal dos outros partidos. Se lhe tivessem pedido, até teria falado mal do seu próprio partido, o CDS, que ele fundou com tanto desvelo nos idos de 74.
Perante os delegados socialistas presentes no Portimão Arena, o antigo ministro e fundador do CDS declarou-se honrado pelo convite para discursar neste congresso e recebeu aplausos quando declarou: “Não sou filiado no PS, mas há dez anos que milito neste partido como se o meu fosse”. Ora, então sempre é militante. Militante não filiado que é para poder ser “independente” sempre que lhe der jeito. Uma espécie de socialista às vezes. Poucas vezes, na verdade.
Basílio Horta, que desde 2013 preside à Câmara Municipal de Sintra, à qual se recandidata pela última vez (graças a Deus), manifestou-se convicto de que “o PS está a caminhar para uma vitória muito expressiva” nas eleições autárquicas de 26 de setembro, antevendo um resultado “igual ou mesmo melhor que o anterior”. Mas lá no íntimo deverá subsistir uma dúvida quanto a Sintra… será que alguém ainda acredita nele, depois de tantas promessas falhadas, adiadas, esquecidas, como é o caso, por exemplo, do novo hospital de Sintra?
Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Sintra evocou o antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho, que morreu em 7 de abril deste ano, e referiu-se emocionado ao antigo Presidente Jorge Sampaio, que está internado no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa. Toques de militância emocionada. De Sócrates, não falou. Deixou de ser conveniente, talvez.