Dois acidentes mortais na passada semana ganharam um impacto notável na opinião pública. E trouxeram de novo à reflexão de todos, a importância da prevenção rodoviária e da fiscalização policial activa, para ser mais seguro circular nas ruas e na estrada.
Falo, como é óbvio, do acidente com o carro que transportava o ministro Cabrita, com um final trágico que resultou na morte de um trabalhador, que deixou uma família desamparada, e do não menos triste acidente que matou uma mãe grávida de 5 meses, e que conduzia uma bicicleta de tipo desportivo numa via de grande tráfego em Lisboa.
O acidente com o carro do ministro é do ponto de vista da responsabilidade civil um óbvio atentado às regras de trânsito, embora se saiba pouco das circunstâncias.Mas o que já se sabe dá para chegar a estas conclusões: O carro (pertencente a um traficante de droga, e apreendido com a assinatura do ministro) circulava a uma média de 200 quilómetros por hora, em autoestrada, sem pirilampos azuis, sem batedores policiais, circulava na faixa esquerda (onde colheu o trabalhador) quando devia circular na faixa da direita, e os dois ocupantes do veículo (motorista e ministro) nem sequer saíram do veículo para prestarem auxílio à vítima como o exige o código da estrada.
Por outro lado, a GNR que acorreu ao local, sabia que era um carro com ministro dentro e não fez o teste do álcool ao motorista, que não era um entre milhares que o Estado tem, mas um profissional sem as características desejáveis para quem conduz em regime prioritário um carro do Estado. Um ministro da administração Interna devia ser conduzido por um polícia ou militar experiente neste tipo de condução. Todos nós jornalistas, sabemos por experiência, que os veículos do Estado em comitiva, andam sempre a velocidades ciclónicas. Até o Vasco Goncalves gritava com o motorista para ultrapassar os batedores de mota, e passava-os, para chegar mais depressa.
Por exemplo, o Mercedes S500 de Cavaco (com a legenda retirada a secador de cabelo) andava sempre acima dos 230, embora numa comitiva de batedores, motoristas preparados para estas velocidades, com técnicas de visibilidade e defesa.
Politicamente não é aceitável que qualquer governante (mesmo os secretários de Estado têm esta prática) se achem acima dos deveres cívicos, praticando uma arrogância do Poder que os transforma em speeds acima dos zézinhos que os elegem. É uma atitude que diz muito da classe política e do seu comportamento desprezível para com os cidadãos.
O acidente que vitimou a senhora grávida e que logo gerou movimentação política contra os carros, dá que pensar (embora poucos o queiram fazer) da fragilidade que é andar de bicicleta no meio do trânsito intenso, urbano. O principal problema, e perigo, é que as bicicletas são pouco visíveis entre o movimento do tráfego urbano, e assistimos (eu confronto-me todos os dias com essa realidade) à maior loucura: as bicicletas não têm seguro de responsabilidade civil, os ciclistas não usam capacete, luvas, refletores, andam à noite sem luz de presença, passam sinais vermelhos, surgem entre os carros nas paragens dos sinais luminosos, não respeitam os peões, não gostam de andar nas ciclovias, e acham que um carro a 50 km/hora os tem de evitar mesmo havendo uma diferença de velocidade notável entre os dois veículos.
A bicicleta é um veículo maravilhoso mas quando se mistura com o trânsito automóvel, por natureza é um perigo iminente. Depois ainda há as trotinetes, os skates, os patins e outros objetos rolantes que passaram a fazer parte do universo de veículos andantes.
O fatídico acidente referido, foi provocado por um choque traseiro de um pequeno Smart na bicicleta. Dizem que foi um encadeamento. Mas não deixo de pensar, que, mesmo que não tivesse havido o infeliz acidente, como é possível uma mãe grávida usar uma bicicleta com uma posição de condução de corrida, com um selim agressivo, e circular numa via complicada, embora circulasse numa ciclovia.
Este acidente cortou-me o coração. Temos de repensar a segurança nas estradas e ruas. É urgente a regulamentação da circulação ciclista. Essa atitude tem de ser incutida em cada um de nós quer montemos qualquer coisa, até um burro.
Este blog é um lugar muito frequentado por gente que não gosta, não quer e não compreende como é possível haver nas ruas mais do que automóveis a circular.
Tudo o resto é um “perigo iminente” à segurança. Isto apesar de serem os automóveis quem mais mata e fere na estrada e na rua.
Claro que se tirássemos as mulheres aos maridos (demonstração por absurdo) deixaria de haver violência doméstica. O mesmo raciocínio que facilmente nos leva ao discurso de se baníssemos a mini-saia não mais teríamos registo de violações.
O autor desconhece a razão da exigência do seguro obrigatório.
O autor devia saber mas não sabe que os ciclistas não são obrigados a andar nas ciclovias.
O autor desconhece o efeito que o capacete tem, activa e passivamente na segurança do ciclista. Ou calhando pensa que quando um condutor colhe um ciclista, se ele levasse toda a lista de artefactos que inúmera sairia ileso?
O autor não faz puto ideia que a circulação ciclista JÁ está regulamentada num código com força de lei. E que foi o automobilista que não respeitou.
Há muitos ciclistas com comportamento agressivo na estrada. Acontece porém que na grande maioria dos casos põem apenas a própria vida em risco. Há é muitos mais automobilista com condução de risco e, como o autor facilmente comprovará (desde que vá ler antes de escrever), são estes os responsáveis pelos trágicos números da mortandade nas nossa estradas e ruas.
Uma mulher pode pedalar grávida, com um “selim agressivo” (seja lá o que isso for) de saltos altos, como lhe der na tola. O que ela não pode é levar com um condutor, que apesar de não ter condições de visibilidade, seguia a uma velocidade mortal, em cima.
Este blog parece saído das catacumbas do reacionarismo no que à mobilidade e à segurança nas estrada diz respeito.
É a esta agenda que me refiro, Carlos.
Bom, que violência! Mas, enfim, se reparares bem “este blog” é muito mais do que pensas que é.
Aguenta!
Ah… e já agora, o registo que me lembro é do Soares a gritar com um agente da BT da GNR naquele tom elevado que se lhe conhecia… Mas se calhar o companheiro Vasco também era pouco dado às paciências.
Como eu.