Há muitos atrasos, mas proprietários não baixam valor das rendas

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Em Lisboa, cerca de metade dos proprietários de imóveis têm rendas em atraso e muitos deles têm já vários meses de rendas por cobrar.

A denúncia desta situação foi feita pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), que divulgou a terceira edição do Barómetro “Confiança dos Proprietários”, onde consta que “40,2% dos inquiridos – ou seja, quatro em cada dez – declaram ter rendas em atraso”.

Destes, mais de um terço (36,5%) acumula perdas de três a seis meses de rendas, outro terço (33,9%) entre duas e três rendas em falta e uma parcela de 18,3% dos inquiridos tem mais de meio ano de rendas em atraso.

Segundo a Associação Lisbonense de Proprietários, “apesar destes dados preocupantes, praticamente três quartos da amostra (74,4%) não vai instruir na justiça um processo de despejo”.

Dos que têm rendas em atraso e não pretendem avançar para a justiça, 59,7% disse que o faz “por solidariedade com as dificuldades que a pandemia trouxe aos inquilinos”, enquanto 22% admitiu não recorrer aos tribunais devido à morosidade dos processos.

De acordo com a ALP, os atrasos são “uma situação crónica do estado da justiça em matéria de arrendamento, mas muito agravada pela pandemia e pelas moratórias de suspensão de denúncias e despejos”.

Dada a conjuntura, quase dois terços dos inquiridos (64,4%) demonstraram não ter confiança na evolução do mercado imobiliário no segundo semestre deste ano. Os proprietários querem que o Governo alivie a carga fiscal sobre a propriedade imobiliária, querem uma justiça mais rápida e querem a criação de uma base de dados de inquilinos incumpridores, que funcione como uma garantia adicional de cumprimento contratual no arrendamento urbano.

Quanto a baixar o valor das rendas, como medida para evitar o incumprimento dos inquilinos, nem uma palavra. O Barómetro da ALP é de âmbito nacional, embora a maioria das respostas digam respeito a proprietários da Área Metropolitana de Lisboa.

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