Torreão do Terreiro do Paço está a afundar-se

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O Torreão Poente do Terreiro do Paço, em Lisboa, está a afundar-se. Basta ver o desnível patente no lado da praça. São quase 75 cm de diferença. A descida drástica foi travada há anos por 29 estacas de betão. Mas o Torreão vai continuar a descer lentamente.

O Torreão Poente foi erguido na área do antigo Paço Real arrasado pelo terramoto de 1755 e varrido depois pelo maremoto que atingiu Lisboa.

Desde o início dos registos, o torreão já se afundou 1,40 metros. Em Junho de 2000, o torreão acelerou repentinamente o afundamento por causa de uma ruptura nas paredes do túnel do metropolitano e da estação do Terreiro do Paço, durante as obras de construção. Ocorreu nessa altura um enorme vácuo quando as lamas e as águas entraram no túnel. A derrocada esteve eminente.

O torreão foi edificado num vale fóssil, de camadas de lodos cobertas por aterros superficiais. São camadas compressíveis e provocam um afundamento constante como resultado do próprio peso do torreão.

Dezenas de estacas de pinho verde estão nas suas fundações, mas acrescentaram-se 29 estacas de betão de 1,20 de diâmetro até 50 metros de profundidade, por debaixo do edifício.

O Torreão está agora meio abandonado, como provam as fotos. É possível entrar e sair num espaço restrito, onde paira um ar de abandono, como se pode constatar no vídeo. Um desleixo que constitui facto insólito na zona mais nobre e emblemática de Lisboa.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Se é um problema estrutural talvez as MulheresVIP que fazem analises tão profundas como a anterior , possam resolver…e já agora podem também dar uma ajuda aos Governantes Italianos que deixaram a Torre de Piza a afundar-se …é uma vergonha ter gente desta neste País…

  2. O controlo de deslocamentos verticais do torreão oeste da Praça do Comércio, feita pelo LNEC desde 1956, revela que há um assentamento, embora bem menor que o 1,40m referidos. Mas como não é indicado o ano de referência para este último valor não posso avaliar até que ponto está próximo da realidade. Acerca da aceleração repentina que se terá verificado em junho de 2000. Infelizmente houve um hiato nas observações efetuadas pelo LNEC entre 1989 e 1999. Nesse período de 10 anos verificou-se que houve um aumento anual médio do assentamento, maior do que se verificava antes. A partir de 1999 não ocorreu nenhum fenómeno de assentamento de grandes proporções; tem sido regular, algo constante. Não invalida a necessidade de alertar e acusar, como foi feito no artigo.

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