Na América demoram tempo a contar votos. Quem diria, não é? Aqui em Portugal sabemos umas horas depois quem venceu, quem perdeu, sabemos tudo. Na América da tecnologia a coisa demora semanas.
Hoje, nove dias depois ainda há votos por contar, e com as recontagens que se vislumbram devido às reclamações de fraude, pode ser que lá mais para o Natal a tarefa esteja concluída. O Trump grita “Fraude! Fraude! Fraude” como aqui o deputado Ventura costumava gritar “Vergonha! Vergonha! Vergonha!”. Enfim, cada um vê o Mundo com os proprios olhos.
Devagarinho, devagarinho, Joe Biden já leva mais de 5 milhões de votos de avanço (77 milhões 400 mil) em relação a Trump. Vai ser o Presidente eleito com maior número de votos de sempre. Mas Trump, verdade seja dita, é o perdedor com maior número de votos de sempre, 72 milhões. A votação em Trump daria para ter ganho qualquer outra eleição americana, menos esta.
Independentemente dos milhões de votos, o que conta realmente é o número de delegados ao Colégio Eleitoral. Na América, a eleição presidencial é indireta. Quem verdadeiramente elege são os 538 membros do Colégio Eleitoral. Joe Biden já garantiu o número suficiente de delegados que vão votar nele para Presidente. Precisava de 270 e já tem 290. Trump diz que foi roubado e pede recontagem de votos, depois de ter pedido que não contassem mais votos quando percebeu que ia perder. Mais um bocadinho e corre o risco de ser internado num manicómio de luxo, como nos conta o cartoon de Hélder Dias.
