O planeta azul, a praia de Caxias

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Ao longe, em plano geral, a Terra é linda. O planeta azul, visto do espaço. A pequena praia de Caxias, vista do passeio da estrada marginal.

Agora aproximem-se. O planeta deixa de ser azul e tem buracos no ozono. A areia da praia parece não estar muito limpa.

Aproximem-se mais um bocadinho. Os rios do planeta estão a morrer, cortados pelas barragens e envenenados pelos esgotos. E também a praia está suja.

Ao perto, notam-se os pormenores. A poluição industrial vomitada para o mar e que o mar devolve para a praia. O lixo urbano que gente descuidada deita no chão e que o vento e a chuva empurram para o mar. E que o mar devolve para a praia.

Quem se preocupa com este tipo de coisas, às vezes desespera. O que fazer para que os industriais entendam, os políticos percebam, as pessoas actuem?

“Este assunto não vai lá com sensibilização, vai com limitação, proibição!” escrevem pessoas preocupadas, no Facebook. Querem chamar a polícia e mandar fechar as fábricas que produzem plásticos. Mas os políticos não ouvem a exaltação, vivem de janelas fechadas e de vidro duplo. O som da rua não os incomoda.

Outros questionam a ausência de verdadeiras políticas de incentivo que ajudem a implementar medidas práticas de defesa ambiental. Sistemas de depósito e reembolso que incentivem a entrega das embalagens nos locais apropriados, por exemplo. Evitava-se que garrafas e outras embalagens de plástico fossem abandonadas, promovia-se uma melhor gestão dos resíduos e compensava-se o trabalho de limpeza daquilo que mesmo assim for parar ao mar. O tratamento de resíduos urbanos é um grande negócio, até a Máfia italiana se interessa por essa actividade, não há razão para se pretender que o cidadão separe ou seja recolector do lixo e o deposite em diferentes locais de recolha e faça tudo isso pro bono quando, a juzante, outros ganham dinheiro com esse trabalho prévio.

Em março muitos pensaram que a pandemia e o confinamento iriam reforçar a necessidade de repensar o modo como a Humanidade usa a casa que habita. Mas o tempo passou e nada mudou.

(artigo baseado num post de Carla Castelo no Facebook, de onde retirámos as fotografias)

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