Duas cozinheiras e uma outra funcionária do Hospital Prisional de S. João de Deus, em Caxias, estão infetadas com covid-19.
O Sindicato do Corpo da Guarda Prisional diz-se alarmado com a notícia e receia que os guardas prisionais de serviço naquele estabelecimento prisional, assim como os reclusos, possam estar ou vir a ser contaminados.
As funcionárias infetadas foram afastadas do serviço e, no interior da cadeia, os que tiveram contacto com elas estão em isolamento profilático.
Este caso surge na altura em que o governo está a pensar reabrir 42 prisões às visitas de familiares de reclusos. Há oito dias, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional decidiu enviar um ofício ao secretário de Estado e Adjunto da Justiça, Mário Belo Morgado, a pedir que não sejam retomadas as visitas aos reclusos em cadeias na área da Grande Lisboa.
O problema, para o sindicato, não reside no eventual contacto de familiares com o recluso porque esse contacto não vai possível, uma vez que a visita será feita num parlatório com uma divisória de acrílico a separar os visitantes do visitado. O problema reside na revista que terá de ser feita à entrada dos visitantes, onde o contacto com os guardas prisionais é inevitável.
“Muitos dos espaços de controlo das visitas não têm mais de dois metros, é preciso fazer registo e controlo com toque direto caso o pórtico apite, a revista deve ser feita com apalpação e com a pessoa virada de costas. O risco é grande” – lê na seção de notícias do site do sindicato.
Em março, no mesmo estabelecimento prisional houve três outros casos de contágio, nomeadamente com uma reclusa que já estava doente quando chegou à prisão e com uma auxiliar de ação médica como revelou, na altura, o Sindicato Independente dos Médicos.