Tendo por lema partilhar histórias criar memórias, são 28 páginas, em formato A4, 1000 exemplares impressos a cores, preenchidas por textos de docentes e de alunos sobre os mais variados temas susceptíveis de interessarem a comunidade.
Desde logo, as comemorações dos 75 anos de existência deste colégio religioso de Cascais. Depois, há que salientar estar bem patente na ficha técnica que os jornalistas/redatores são… «alunos do 7º ano»!
Decerto o jornalinho só tem circulação entre as famílias dos seus estudantes, mas não será descabido dar conta aqui da importância educativa de que se reveste, a todos os níveis, esta abertura da Escola à comunicação, este incentivo a todos partilharem as suas reflexões. A palavra fundamental é mesmo essa: partilha, habituar-se, desde pequenos, a expor o que se pensa, sentimentos e emoções. De muito louvar!
Divide-se em secções: CAD’Deus (sobre temas religiosos e a inevitável referência aos Papas Francisco e Leão XIV), CAD’entro (a vida da própria escola), CAD’opina, CAD’mexe e CAD’fora.
Em CAD’fora, a professora Catarina Santos relata a sua ímpar experiência como professora em Timor-Leste, mostrando, a esse propósito, como foi importante para ela em criança poder «correr e brincar na terra, subir às árvores», crescer com os amigos.

Em CAD’opina três textos a merecerem realce:
– Bruna Barreiros salienta a diferença entre a IA e os professores: «Um professor percebe quando estamos desanimados, motiva-nos, adapta-se a cada aluno e torce pelo nosso sucesso. A IA pode ser rápida e eficiente, mas não tem sentimentos nem empatia».
– Maria Teresa Melro e Mariana Capucho comentam a tão falada série televisiva Adolescence, que versa o caso de um adolescente de 13 anos que matou uma colega da escola, que lhe fazia cyberbullying.
– Por seu turno, Catarina Trigo e Pilar Vaz terminam desta forma a sua reflexão sobre o apagão:
«Uma oportunidade para a reconexão humana, consigo mesmos, com o outro e ou com a natureza. Este apagão permitiu-nos ter a percepção do quão dependentes somos da internet e da eletricidade».
E perguntam:
«Porque é que precisamos de apagões para nos ligarmos ao essencial?».
Singelas, sim, e de ar bem despretensioso, estas 28 páginas; mas densas de simbolismo e saber!




Grata pelo texto, José d’Encarnação.
Acho que já uma vez, enquanto leitora, fiz um acolhimento ao prestígio do PubliCAD e do formato de iniciativas semelhantes: partir da Escola o hábito de colocar os alunos em alerta reflexivo sobre os temas da actualidade.
Um jornal com 28 páginas, mesmo que em A4, é qualquer coisa. Dá uma ideia do muito que os jovens (e menos jovens) jornalistas da comunidade do CAD têm para dizer sobre eles e sobre o mundo.
Ainda não vi o jornal, mas a pluralidade de informação livre é importante. É isso que temos aqui de prestigiar.
Grato pelo eco, Helena. Sempre atenta!