Partilhar histórias, criar memórias

Refere-se ao mês de Maio o número 4 de publiCAD, a revista da comunidade escolar do Colégio do Amor de Deus, de Cascais.

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Tendo por lema partilhar histórias criar memórias, são 28 páginas, em formato A4, 1000 exemplares impressos a cores, preenchidas por textos de docentes e de alunos sobre os mais variados temas susceptíveis de interessarem a comunidade.

Desde logo, as comemorações dos 75 anos de existência deste colégio religioso de Cascais. Depois, há que salientar estar bem patente na ficha técnica que os jornalistas/redatores são… «alunos do 7º ano»!

Decerto o jornalinho só tem circulação entre as famílias dos seus estudantes, mas não será descabido dar conta aqui da importância educativa de que se reveste, a todos os níveis, esta abertura da Escola à comunicação, este incentivo a todos partilharem as suas reflexões. A palavra fundamental é mesmo essa: partilha, habituar-se, desde pequenos, a expor o que se pensa, sentimentos e emoções. De muito louvar!

Divide-se em secções:  CAD’Deus (sobre temas religiosos e a inevitável referência aos Papas Francisco e Leão XIV), CAD’entro (a vida da própria escola), CAD’opina, CAD’mexe e CAD’fora.

Em CAD’fora, a professora Catarina Santos relata a sua ímpar experiência como professora em Timor-Leste, mostrando, a esse propósito, como foi importante para ela em criança poder «correr e brincar na terra, subir às árvores», crescer com os amigos.

Em CAD’opina três textos a merecerem realce:

– Bruna Barreiros salienta a diferença entre a IA e os professores: «Um professor percebe quando estamos desanimados, motiva-nos, adapta-se a cada aluno e torce pelo nosso sucesso. A IA pode ser rápida e eficiente, mas não tem sentimentos nem empatia».

– Maria Teresa Melro e Mariana Capucho comentam a tão falada série televisiva Adolescence, que versa o caso de um adolescente de 13 anos que matou uma colega da escola, que lhe fazia cyberbullying.

– Por seu turno, Catarina Trigo e Pilar Vaz terminam desta forma a sua reflexão sobre o apagão:

«Uma oportunidade para a reconexão humana, consigo mesmos, com o outro e ou com a natureza. Este apagão permitiu-nos ter a percepção do quão dependentes somos da internet e da eletricidade».

E perguntam:

«Porque é que precisamos de apagões para nos ligarmos ao essencial?».

Singelas, sim, e de ar bem despretensioso, estas 28 páginas; mas densas de simbolismo e saber!

2 COMENTÁRIOS

  1. Grata pelo texto, José d’Encarnação.
    Acho que já uma vez, enquanto leitora, fiz um acolhimento ao prestígio do PubliCAD e do formato de iniciativas semelhantes: partir da Escola o hábito de colocar os alunos em alerta reflexivo sobre os temas da actualidade.
    Um jornal com 28 páginas, mesmo que em A4, é qualquer coisa. Dá uma ideia do muito que os jovens (e menos jovens) jornalistas da comunidade do CAD têm para dizer sobre eles e sobre o mundo.
    Ainda não vi o jornal, mas a pluralidade de informação livre é importante. É isso que temos aqui de prestigiar.

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