GUINÉ-BISSAU, LÍDER DA OPOSIÇÃO CONTESTADO NO PRÓPRIO PARTIDO

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Domingos Simões Pereira acusa o general Biaguê Na N'Tan de promover “militarização do espaço político”

As declarações de Domingos Simões Pereira (DSP), Presidente do PAIGC e líder da oposição na Guiné-Bissau, geraram critica e reações. As palavras de DSP, proferidas em Paris e disseminadas pelos media e redes sociais, acusam o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Biaguê Na N’Tan, de promover uma “militarização do espaço político” no país. Não é a primeira vez que este político provoca tensão com os militares.

Estas declarações foram antecedidas de uma reunião entre vários partidos da oposição, realizada em Paris. Nessa reunião, terá sido negociado um acordo entre a coligação PAI Terra Ranka, liderada por Domingos Simões Pereira e a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API) coordenada por Nuno Nabiam, para estabelecer uma estratégia comum para as próximas eleições legislativas e presidenciais marcadas para novembro.

A oposição Bissau-guineense reunida em Paris

Essa estratégia deverá ter duas vertentes, uma para as eleições gerais e outra para as presidenciais. Para a Presidência, a oposição deverá escolher um candidato único e a expectativa cai em DSP, que há muito tenta ser eleito Presidente da República. A ser assim, DSP não deverá concorrer para deputado nas eleições legislativas.

A crispação contra as chefias militares surgiu depois de Biague Na Ntan ter alertado que as Forças Armadas não iriam permitir civis armados nas ruas nem perturbação da ordem institucional. No passado recente houve tentativas de golpe de estado atribuídas a dirigentes de partidos políticos, nomeadamente ao próprio Domingos Simões Pereira.

Agora, surgiu um comunicado de “altos militantes do PAIGC” que se insurgem contra o próprio chefe do partido.

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Além do desrespeito pelos estatutos do partido, o comunicado fala em “forma ditatorial” na liderança do PAIGC, que o atual líder prioriza “os seus interesses pessoais”, que insulta as Forças Armadas, pelo que condenam “a atitude do presidente do PAIGC” para a qual não pediu mandato prévio aos órgãos do partido.

O comunicado diz, ainda, que DSP deveria demitir-se da liderança “por nunca o partido ter sido feliz sob a sua direção”.

Por fim, em nome do coletivo de “Altos Dirigentes do PAIGC”, grupo onde estão vários vice-presidentes do partido, exorta-se o PAIGC a reorganizar-se de modo a vencer as eleições, pelo que será necessário convocar o Comité Central para que as decisões sejam tomadas no local próprio.

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