Num comunicado lido pelo general Samuel Fernandes, o Estado Maior General das Forças Armadas diz que as acusações do PAIGC “são graves, incompreensivas e provocatórias”. Na comunicação, os militares utilizaram palavras duras para classificar a atitude do PAIGC, classificando as movimentações políticas como “sórdidas”, “interesses inconfessos” e “perturbações antidemocráticas”.
As críticas do PAIGC
Na segunda-feira, o PAIGC condenou aquilo que considera serem “sistemáticas intervenções das chefias militares na política guineense”, fato que, segundo a vice-presidente do partido, Dan Ialá N’Canha Baranção, “viola de forma flagrante” o dever das Forças Armadas.
Parece evidente que o PAIGC considera que os militares estão a prestar apoio ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, numa crise que levou à dissolução da Assembleia da República, como forma de demitir o Governo e de impedir movimentações que indiciavam estar um golpe de estado em marcha.
No final de 2023, Bissau viveu dias de grande instabilidade, com tiroteios nas ruas, assaltos a esquadras de polícia e a estabelecimentos prisionais. Nas redes sociais, conhecidos militantes do PAIGC apelavam à revolta popular, havia sugestões para a rebelião ocupar determinados locais como edifícios públicos e o aeroporto.
O país vivia entre duas maiorias políticas, a que elegeu Umaro Sissoco Embalo e a que deu o controlo da Assembleia Nacional Popular ao PAIGC. Agora que o parlamento foi dissolvido e está em funções um Governo de iniciativa presidencial, espera-se que novas eleições legislativas sejam marcadas.
E neste quadro que o PAIGC se insurgiu contra a alegada fidelidade dos militares ao Presidente da República. Por exemplo, uma recente visita do vice chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas a algumas unidades militares “foi bastante elucidativa e reveladora desta atitude deliberada das Forças Armadas em defender, unicamente, a alegada legitimidade do Presidente da República”, disse a vice-presidente do partido.
Tudo isto deu origem ao comunicado de hoje do Estado Maior General das Forças Armadas, cuja gravação passamos aqui na íntegra:
Mais recentemente, a Presidência da República da Guiné-Bissau tomou posição sobre a instabilidade política, acusando o líder do PAIGC de ser o principal responsável pela crise que se vive no país.
(artigo atualizado em 2 de maio de 2024)
REPUBLICA DA GUINE’ – BISSAU SEM SOLUCÖES PARA UM FUTURO EM DEMOCRACIA. CASO PERDIDO NAS BOLANHAS, TARRAFO E LALAS.
RB – NORDIC