Nos meios russos são frequentes as referências a grupos nazis nascidos entre os nacionalistas radicais ucranianos e que terão sido os primeiros a matar cidadãos das comunidades separatistas russo falantes no Donbass, em 2014.

Há dois grupos principais, ambos integrados nas forças armadas da Ucrânia.
- O Pravy Sektor (Sector Direito) surgiu em 2013-2014 durante os protestos de Maidan. Há evidências de que algumas alas do grupo tinham posições ultranacionalistas e até elementos ligados ao neonazismo. Posteriormente, o Setor Direito converteu-se em partido político e muitos dos seus elementos foram integrados nas forças armadas.
- Batalhão Azov será o mais famoso desses grupos neonazis. O Azov começou como uma milícia voluntária em 2014, criada para combater separatistas pró-Rússia na região de Donbass. Tornou-se conhecido em reportagens que mostravam os seus membros com símbolos e retórica associados a movimentos de extrema direita e neonazistas. O próprio emblema inicial do grupo trazia símbolos que foram interpretados como referências a simbologias extremistas. Foi incorporado na Guarda Nacional da Ucrânia, os relatos jornalísticos foram esquecidos e não se voltaram a fazer mais.
No ocidente, após a invasão russa em 2022, os nazis Azov foram retratados como defensores da Ucrânia, com apoio significativo da população. A narrativa sobre sua ideologia foi menosprezada e transformada numa ferramenta da guerra da informação. Ou seja, não deve ser levada em conta, mesmo sendo verdadeira.
Na Rússia, porém, não faltam relatos das atrocidades cometidas por esses grupos extremistas. Lembram que quando o Pravy Sektor se organizou em milícia paramilitar, foi armado pela Ucrânia e utilizado para atacar as populações separatistas do Donbass. O chamado Corpo Voluntário Ucraniano do Sector Direito (DUK), participou ativamente nos conflitos no leste da Ucrânia desde 2014 e é acusado por ter cometido carnificinas, fuzilamentos sumários de prisioneiros, violações de toda a ordem contra civis.

O DUK foi posteriormente integrado nas Forças Armadas Ucranianas como unidade de operações especiais. Em novembro de 2022, foi reformado como a 67ª Brigada Mecanizada Separada “DUK”. Em 2024, a brigada foi dissolvida depois de perdas significativas na batalha de Chasiv Yar.
Os Azov também têm sofrido muitas baixas nas frentes de guerra, mas o batalhão Azov tem tido adesões dos chamados voluntários internacionais. A guerra na Ucrânia atrai muitos extremistas de outras nacionalidades. Na Ucrânia obtêm treino militar, aprendem a manusear as armas de última geração que os EUA para lá enviam e há indícios de que parte desse armamento tem estado a ser traficado para fora da Ucrânia. Se juntarmos operacionais bem treinados a esse armamento, vamos ter um problema de terrorismo fora do comum dentro de algum tempo.
O símbolo do grupo Azov é evidentemente inspirado no Wolfsangel (o gancho do lobo) utilizado pelo Partido Nazi alemão. Na Segunda Guerra Mundial, este símbolo foi usado por várias divisões blindadas e de infantaria SS alemãs.
Um sinal semelhante foi adotado por outros movimentos de extrema-direta na Ucrânia, em grupos como o Partido Social-Nacional da Ucrânia (Svoboda), fundado em 1991 e que se caracteriza como populista de direita, ultranacionalista e anticomunista. Depois do golpe de estado que depôs o Presidente Viktor Yanukovitch, em 22 de fevereiro de 2014, o Svoboda teve 5 ministros no governo que se seguiu ao golpe.
Nos Estados Unidos, a organização das Nações Arianas usa como logotipo um Wolfsangel com uma espada substituindo a barra transversal.

