O Presidente português diz que “o direito internacional não pode ser desrespeitado uma vez, duas vezes, três vezes, e seja considerado normal”. Ao dizer isto, acrescenta que há um novo perigo para a Europa que vem dos EUA. Mas diz que “não se pode ser aliado às fatias”. Quis ele dizer, possívelmente, que não se pode ser aliado uns dias e outros não. É Marcelo no seu melhor, tanto diz sim como o contrário.
Chegados aqui, a questão que se coloca é por que razão há de a Europa ser aliada de um país que não garante a paz, que ameaça os parceiros de sempre e que protege um Estado onde vigora um regime de apartheid e onde a liderança assume os crimes de guerra cometidos pelos seus militares. A Europa não pode ser aliado de paises assim.
Entronca aqui a intenção de Trump em expulsar os palestinianos da Faixa de Gaza. O que Trump diz querer fazer é mais do que dar cobertura ao genocídio praticado por Israel. Trump quer que os EUA sejam executores desse genocídio, na continuidade dos massacres iniciados por Israel na Faixa de Gaza e, agora, também na Cisjordânia. A Europa não pode aceitar uma coisa destas, nem permitir que os EUA sigam impunes neste tipo de políticas antidemocráticas.
Os EUA acabam de se retirar do Conselho de Direitos Humanos da ONU, sinal claro do que pretendem desrespeitar.

A fazer como Marcelo Rebelo de Sousa diz, sem questionar as relações da Europa com os EUA, estamos a dar razão a Putin que disse os atuais governantes europeus são “uma galeria de burocratas de carreira, que repetem o guião de Washington sem um pingo de pensamento independente.” Sintetizando o pensamento de Putin, os dirigentes europeus “são gestores do declínio, presidindo a economias que não compreendem e a políticas externas que não conseguem controlar. A Europa é gerida por marionetas.”