Aparentemente,o homem não está a brincar. Quando Trump repete a ameaça, confirma que é esse o seu desejo, tanto o Panamá como a Dinamarca podem começar a contar espingardas, porque é provável que os americanos avancem para controlar o canal do Panamá e a Gronelândia.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia e deixar que Israel continue com o genocídio dos palestinianos. Mas, agora, parece ter deixado cair a ideia de obrigar a um acordo de paz na Ucrânia. Não falou em iniciar novas guerras antes das eleições. Mas logo a seguir à vitória veio com esta conversa de invadir o Panamá e de ocupar militarmente a Gronelândia, território que pertence à Dinamarca.
Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, também lançou a ideia de anexar o Canadá. Ou seja, o que Trump está a dizer é que pretende alargar o espaço vital dos EUA, aumentar o controle sobre o território à sua volta.
Ainda a duas semanas de assumir o cargo, Trump começou a delinear uma política externa agressiva, com zero consideração por questões diplomáticas ou preocupações com os aliados dos EUA.
Há dias, o filho de Trump deslocou-se à Gronelândia, numa visita privada. O que foi lá fazer não sabemos, mas nas atuais circunstâncias podemos imaginar que foi em busca de aliados dinamarqueses dispostos a vender a alma ao diabo.
Trump explicou que preferia comprar a Gronelândia, em vez de avançar com tropas de ocupação. A Dinamarca disse que a Gronelândia, que tem o estatuto de região autónoma, não está à venda.
CANADÁ E PANAMÁ TAMBÉM DIZEM “NÃO” A TRUMP
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, disse no X: “Os comentários do presidente eleito Trump mostram uma completa falta de compreensão do que torna o Canadá um país forte. A nossa economia é forte. O nosso povo é forte. Nunca recuaremos diante das ameaças.”
O chefe da diplomacia do Panamá também rejeitou a ameaça do novo líder dos EUA de retomar a principal via navegável global, que os EUA construíram e possuíam antes de entregar o controle ao país centro-americano em 1999.
“O canal é dos panamianos e é assim que continuará a ser”, disse o ministro das Relações Exteriores, Javier Martinez-Acha.
Não deixa de ser curioso como meia dúzia de bravatas expansionistas e imperialistas destroem anos de marketing político a demonizar Putin. Afinal, o propalado invasor da Europa chama-se Trump.