As brincadeiras que Fontanesi faz com as suas fotografias são muito interessantes. Por isso estamos aqui a falar delas. Fontanesi recria as imagens banais que captura. Junta-as, cola-as, recorta-as, reinventa os cenários fotografados.
Há muito surrealismo neste trabalho artístico. A série de corpos sem cabeça será, talvez, uma das evidências dessa liberdade criativa, desse desapego ao real.
Corpos sem cabeça são corpos sem identidade e isso diz muito do próprio Fontanesi, que ninguém sabe quem é. A identidade de Fontanesi ainda é um mistério. Não tem site, não existem informações biográficas reais. Tanto pode ser uma única pessoa, como um coletivo. Uma espécie de Banksy, embora a mensagem de Fontanesi não se compare com o impacto social que Banksy tem em todo o mundo.
Fontanesi deve ter algum contrato de esclusividade com a rede social Instagram, já que parece ser a única janela que mantém aberta para o público poder espreitar o que faz. Aliás, ele utiliza a ferramenta Layout do Instagram para construir as imagens que publica.
Tem uma multidão que se multiplica exponencialmente à medida que o tempo passa. Ultrapassou já os 210 mil seguidores e transformou-se num ícone da fotografia.
De qualquer forma, Fontanesi tornou-se numa fonte de inspiração para muita gente, certamente. Há qualquer coisa de mágico nas suas composições simples e aparentemente acessíveis a qualquer um. Basta ter criatividade, humor (sarcasmo…) e habilidade.