Emídio Silva, o Ti Mafra, foi um homem simples, filho do povo, trabalhador agrícola, gostava dos animais que criava e das batatas que cultivava. Bom vizinho, vivia na pequena aldeia do Funchal, ali na fronteira dos concelhos de Sintra e Mafra.

Morreu velho e deixou saudades na vizinhança. De tal modo que quis o povo dar o seu nome a uma das ruas da aldeia. Pareceu-lhes que a Rua Principal seria a mais apropriada, por ser a rua onde o Ti Mafra viveu e fizeram o pedido por escrito à Câmara Municipal de Sintra, acompanhado por mais de 1300 assinaturas recolhidas numa petição online (até ser encerrada, a petição somou mais de 2500 assinaturas) para que o nome do Ti Mafra figurasse na placa toponímica daquela rua da aldeia. Seria uma forma de preservar a memória da pessoa e de um modo de vida próprio da região.
O executivo autárquico rejeitou o pedido. Não é normal este tipo de pedido ser rejeitado, numa aldeia com pouquíssimos habitantes, sem muita gente a ter trabalho com uma alteração toponímica. Mas acontece que numa outra casa da Rua Principal do Funchal reside um ferranho adversário político de Basílio Horta. E a casa do ator Guilherme Leite serviu várias vezes de ponto de encontro para “reuniões do contra” a este Presidente da Câmara.
O próprio Ti Mafra não gostava de Basílio Horta e outra coisa não seria de esperar. O Ti Mafra tinha as mãos calejadas da enxada e não acreditava que o autarca mais rico de Portugal se tenha enganado em três zeros durante anos a fio nas declarações de património que entregava no Tribunal Constitucional.
Amor com amor se paga e a pretensão de Guilherme Leite e de outras 2500 pessoas foi contrariada pelos que mandam na autarquia. Na Rua Principal, uma espécie de placa toponímica mantém a promessa de não deixar cair esta memória: “um dia esta rua terá o nome Ti Mafra”. A coisa só se resolverá quando este autarca se reformar da política. Falta pouco mais de um ano. Até lá, a futura Rua Ti Mafra continuará a ser Rua Principal.
Maravilha, meu caro Carlos! O que pode a sanha política, que cega mesmo! Que mal faria ao senhor político que a Rua se chamasse do Ti Mafra? Claro, fazia, porque o Ti Mafra não ia à bola com ele e havia na rua quem também não fosse. Portanto, meninos rabinos, a rua continuará a ser a Principal, enquanto eu tiver as rédeas na mão. E juro que, se ela, um dia, se chamar de Ti Mafra, jamais os rodados da minha viatura nela virão a dar rasto! Gente marafada! Que ideia essa de dar o nome duma rua a um lavrador só porque o Povo gostava dele!…
Acabei de saber que, afinal o meu vizinho da frente, conhecido até agora como o “sr” três zeros , (000) se enganou por três vezes, ora três vezes (3×3)=9 vou ter de corrigir: afinal será o “sr” 000.000.000 = 9, = a nove zeros
(000. 000. 000)