NOVAS TECNOLOGIAS, as mesmas agressões ambientais

As novas tecnologias fazem o mundo avançar, a humanidade adquire novas ferramentas para aquilo que convencionamos chamar “desenvolvimento”. Para onde vamos, não sabemos. Mas vamos descobrindo o caminho à medida que avançamos.

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Nem tudo é tão bom quanto parece. Por exemplo, nas chamadas “indústrias limpas” (as que não deitam fumo pelas chaminés, não têm motores de combustão, não abatem florestas, não poluem, etc.) há coisas que convém explicar.

Por exemplo, nas novas tecnologias de informação e comunicação, ouvimos dizer que a informação está na “nuvem”, como se houvesse uma espécie de “céu” para onde vão os arquivos de email, as nossas fotografias das férias, os relatórios da empresa, as tricas das redes sociais. Mas o “céu” não existe.

As grandes empresas de dimensão global, tipo Amazon ou qualquer uma das redes sociais (META, Telegram, LinkedIn, etc.) guardam toda a informação gerada por elas e pelos seus clientes/utilizadores em servidores espalhados pelo mundo. Um servidor é uma espécie de armazém digital computorizado. Precisa de energia elétrica para trabalhar e precisa de ter sistemas de arrefecimento para não derreter com o calor que a máquina produz.

É assim que por cada novo data center que essas empresas instalam, aumenta o consumo de energia e de água. Essas estruturas de supercomputadores precisam de uma quantidade monumental de água, para o seu arrefecimento.

Já há conflitos entre essas empresas multinacionais e as populações locais. Por exemplo, em 2019, no Chile, ativistas locais impediram a construção de um data center da Google na cidade de Santiago. No início deste ano, o Tribunal Ambiental de Santiago decidiu contra o projeto da Google.

A Google já tinha um outro data center no Chile, aberto em 2015. Documentos oficiais mostram que esse centro obteve autorização para extrair de furos privados cerca de mil milhões de litros de água por ano.

No Brasil, na localidade de Limeira (interior de São Paulo), alguns vereadores tentaram parar a instalação do maior data center da América Latina, projeto da Microsoft. Segundo informação que recolhemos, a Microsoft está a vencer essa batalha e até terá conseguido mudar a legislação existente a seu favor, de modo a poder ocupar o terreno onde pretende construir o data center com uma área de 350 mil m²  de construção.

É bom notar que este tipo de empreendimentos são feitos em países de baixos salários, como será o caso de Portugal, onde não exista legislação sobre a necessidade de poupar recursos hídricos.  

Por exemplo, a construção de um data center em Sines pela empresa Start Campus teve o apoio do IAPMEI mas, segundo a Liga para a Proteção da Natureza, o estudo de impacto ambiental foi “adaptado” a uma decisão previamente tomada. O jornal PÚBLICO escreveu (17 de novembro de 2023) que a localização do data center terá sido influenciada pela proximidade do sistema de arrefecimento da antiga Central Termoeléctrica da EDP.


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