BRUNO LAGE LEVADO AO COLO

Ao ler uma das mais recentes crónicas de António Tadeia, reforcei a convicção de que o jornalismo já morreu. Hoje, prestam-se serviços a organizações empresariais.

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A propósito da necessidade do Benfica encontrar um treinador, depois de ter despedido o que lá estava, Tadeia escreve que há uns “relações-públicas” que vão a jogo, sempre que é preciso. Não são funcionários do clube, mas talvez ganhem algum a título de prestação de serviços, admitimos nós.

Depois de explicar as dificuldades em encontrar, nesta altura, um treinador de topo disponível, Tadeia faz notar que “ontem, três ex-jogadores do Benfica que não me recordo de terem dado entrevistas nos últimos tempos, apareceram nos três jornais desportivos a prestar declarações “exclusivas”, não acerca das suas carreiras, mas do quão excelente é Bruno Lage”.

declarações de Rafa
declarações de João Félix e Grimaldo

Ou seja, os três jornais desportivos tiveram a mesma ideia em simultâneo, plim! Um falou com Rafa (que está jogar na Turquia), outro foi falar com Grimaldo (que está na Alemanha) e outro escutou João Félix, acabado de retornar ao clube onde foi lançado para a ribalta por Bruno Lage, precisamente. Os três entrevistados recomendaram a contratação de Bruno Lage. Tudo isto é muito interessante.

Isto pode indiciar que há uma campanha para dar brilho à contratação deste treinador e que jornais se prestam à função. Poderão até ter “combinado jogo” e escolhido quem ia entrevistar quem. Ou receberam essa papinha já feita, não sabemos. Mas, neste cenário, tudo é possível.

Independentemente do valor profissional de Bruno Lage, que não discutimos, importa realçar o que parece ser o “papel de embrulho” do jornalismo nisto tudo. É isso que estamos a lamentar.

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