A verdade da cor

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Quis o diretor da galeria de arte do Casino atribuir um significado especial à exposição de Branislav Mihajlovic e Carlos Ramos, a inaugurar no feriado, dia 5, às 17 horas, como facilmente se deduz do texto que preparou para figurar no catálogo e que reza o seguinte:

«A “Família da Galeria”, como carinhosamente se referia o antigo director, Nuno Lima de Carvalho, é formada pelos colecionadores, amigos, jornalistas, colaboradores, e a parte fundamental deste núcleo, o grupo de artistas que habitualmente expõem neste espaço. Branislav Mihajlovic e Carlos Ramos são dois membros de honra desta Família, porque os seus notáveis percursos estão diretamente ligados a esta Galeria e porque, ao longo dos tempos, vão-se criando fortes laços de amizade. É gratificante poder acompanhar as suas evoluções como artistas e um privilégio poder reunir ambos nesta True Colors.»

Branislav Mihajlovic nasceu em Belgrado, em 1961, e está entre nós há muitos anos; Carlos Ramos é natural de Lisboa (1960).

tela de Branislav Mihajlovic
tela de Carlos Ramos

A exposição – porque lhe foi dado o nome True Colors (em inglês, claro, para ser internacional, compreende-se!…) – aí estará a provar que são cores verdadeiras, genuínas, aquelas que nas telas vão ser apresentadas!

E, vai daí, o leigo há de perguntar-se e tentará obter uma resposta: o que é isso de cores «verdadeiras»? Há cores que são fingidas? Se calhar há, para se adaptarem aos nossos tempos, em que o fingimento integra, mui sub-repticiamente, todo o quotidiano. Bani-lo da Arte é, não há dúvida, uma cruzada que se impõe!

Direi, porém, que mais não fosse por me estarem a espicaçar para saber o que é que pensam fazer em prol da «verdade da cor», eu me sinto obrigado a  ir abraçar estes dois habituais artistas da galeria.

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