O anúncio da morte da conta desse site nessas redes sociais foi feito da maneira costumeira, através de uma mensagem que só o destinatário consegue ver. O anúncio diz, resumidamente, o seguinte: foi banido por violação das regras. Trata-se de uma decisão sem recurso.
Ficam sem a página e sem os conteúdos produzidos. No Facebook, a página apagada tinha cerca de 107 mil seguidores e conteúdos com milhões de visionamentos. Mas, talvez, não pagasse promoções. E isso também é fatal.
Em contrapartida, nos últimos dias temos visto vídeos de propaganda ucraniana sobre combates em Kursk, publicados no Facebook. Algum algoritmo os protege.
Na página do site cujo nome não escrevemos porque deve estar já sob vigilância de algum filtro controleiro informático, a organização punida defende-se. Dizem eles que é um site propriedade de jornalistas, independente, que tratam questões da geopolítica na Ásia, sob um ponto de vista asiático.
Vejam os assuntos em destaque, relativos à atualidade informativa no dia 20 de agosto. Quase tudo sobre o Médio Oriente, artigos pouco pactuantes com a política israelita e, portanto, críticos das ações dos aliados de Israel na região.
Dizem estes jornalistas que “as acusações da Meta de ‘elogiar organizações terroristas’ e de ‘incitação à violência’ derivam, em boa parte, de artigos e vídeos que transmitem informações ou citações de movimentos de resistência da Ásia Ocidental como Hamas, Hezbollah e Ansarallah – na lista negra de muitos governos ocidentais – mas que são parte essencial das notícias que se desenrolam em uma região à beira de uma grande guerra”.
Claro que o algoritmo não trabalha sozinho e a censura foi decidida por gente de carne e osso, pessoas com interesses comerciais e ambições políticas, atividades conflituantes com a liberdade de expressão e de informação.
No texto que escrevem sobre o acto censório da META que os afeta, os jornalistas deste site cujo nome talvez não se possa escrever (nem sequer o link), chamam a atenção para o que lhes sucedeu logo que o líder do Hamas foi assassinado em Teerão, num ataque terrorista de Israel: “depois do dia 31 de julho, na sequência do assassinato de Ismail Haniyeh, a empresa do milionário americano mark Zuckerberg restringiu a liberdade de expressão. Dez das nossas publicações foram apagadas do Instagram.”
Uma das publicações removidas foi um grafismo onde se lia que “Hamas proclama dia de raiva, na sequência do assassinato de Haniyeh”.
Claro que por cada um destes “atrevimentos”, o site recebeu avisos. Agora foi suprimido destas redes sociais. E quem nos defende disto?