A BIRRA DE ANDRÉ

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Foram precisos dois dias e 4 votações para eleger o novo Presidente da Assembleia da República (PAR). E mesmo assim, foi eleito apenas meio presidente. Isto é, o eleito comprometeu-se a exercer apenas durante metade da legislatura, na outra metade cabe ao PS indicar outro PAR.

Foi este o acordo que possibilitou acabar com a balbúrdia provocada pelo Chega que recusou votar ao lado dos restantes partidos da direita.

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SALAZARISTAS SENTADOS NO PARLAMENTO

Mas, com ou sem balbúrdia e gritaria, a verdade é que a esquerda vai ter de engolir o sapo de ter como vice-presidente da Assembleia da República um velho fascista, militante do MDLP, com ligações a grupos terroristas da extrema-direita que atuaram em Portugal nos anos a seguir à revolução de 25 de abril de 1974.

Pacheco de Amorim foi dirigente do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), uma organização terrorista de extrema direita responsável por ataques bombistas durante o “verão quente” de 1975, assim como a morte de Padre Max e a sua aluna Maria de Lurdes Ribeiro Correia.

Fez parte de movimentos estudantis integracionistas da sua época, que contestavam a descolonização e defendiam Portugal e as províncias ultramarinas como um todo.

Depois da revolução de 25 de abril de 1974, fugiu para Madrid para evitar ser preso. Passou por partidos como o Movimento para a Independência e Reconstrução Nacional (MIRN), do general Kaúlza de Arriaga, e mais tarde pelo CDS-PP e Partido da Nova Democracia (PND). É um dos fundadores do Chega.

50 anos depois da queda da ditadura de Salazar e Marcelo Caetano, a extrema-direita tem 50 deputados sentados no parlamento, um deles como vice-presidente. É do mais puro humor negro.

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