O mais recente relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), diz que os condutores portugueses continuam a acelerar demasiado. O aumento em 93% das multas é a evidência disso mesmo. Em 2023, a receita atingiu um novo recorde, atingindo os 96 milhões de euros. Fazendo contas, são cerca de 267 mil euros por dia a entrar nos cofres públicos.
É por isso que a compra e instalação de radares é um grande negócio. Por exemplo, a Câmara Municipal de Lisboa investiu 2 milhões de euros em novos radares, em 2022. Pagou o investimento em pouco tempo, uma vez que passou a cobrar 1200 multas por dia.
O investimento recupera-se em pouco tempo e, depois, é quase só lucro. As máquinas trabalham sozinhas. Registam imagem do veículo, o computador indica qual a morada do proprietário, a multa segue pelo correio, o cidadão paga pelo multibanco. Quase não há mão-de-obra ocupada com esta engrenagem, excepto a do carteiro que distribui as cartas ou a dos agentes policiais em operações stop.
Este aumento de receita ficou a dever-se à instalação de 37 novos radares em locais que não eram antes controlados. E note-se que os novos radares só começaram a faturar em setembro. O Estado não fica por aqui, há mais 25 radares encomendados para completar a rede projetada.