O DEPUTADO ARGUIDO

OS DEPUTADOS PODEM SER ELEITOS COMO INDEPENDENTES, INTEGRANDO LISTAS DE PARTIDOS POLÍTICOS E, DEPOIS DE ELEITOS, PODEM ABANDONAR O GRUPO PARLAMENTAR E PERMANECEREM COMO DEPUTADOS NÃO INSCRITOS. AGORA, HÁ UMA NOVA CATEGORIA: OS DEPUTADOS ARGUIDOS.

Montenegro diz que os deputados não representam o partido, não representam sequer o círculo eleitoral pelo qual foram eleitos, representam todo o país. Diz que os deputados estão na Assembleia da República a exercer um mandato pessoal. Tudo isto para tentar justificar a manutenção de Pinto Moreira em duas comissões parlamentares, mesmo depois de lhe ter sido retirada confiança política do PSD, o partido a que pertence.

Perante a insistência dos jornalistas que procuravam perceber a lógica das respostas, Montenegro disse ontem, em Palmela, que “não levo a mal as vossas perguntas e respondo, não tenho problema nenhum. Vou responder é sempre da mesma maneira (sic) e torno-me um bocadinho monocórdico, mas não há problema nenhum”.

Sem nunca encarar as câmaras de televisão, Montenegro recusou relacionar a permanência deste deputado nas comissões de Defesa e Saúde com eventual recusa do grupo parlamentar do PSD em aceitar a declaração de “falta de confiança política em Pinto Moreira” que Montenegro fez quando se soube da condição de arguido deste deputado.

A verdade é que, com ou sem confiança política, o voto de Pinto Moreira continua a ser contabilizado como voto do PSD nas votações que se realizem no plenário da Assembleia da República. Ou seja, a retirada da confiança política não passa de retórica.

Joaquim Pinto Moreira é arguido num processo relacionado com os cinco anos em que foi Presidente da Câmara Municipal de Espinho. A chamada “Operação Vórtex” da Polícia Judiciária investiga casos de corrupção e este advogado é um dos suspeitos constituído arguido.

O cartoon desta peça de humor político é de Hélder Dias.

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