FUTEBOL NÃO É PARA MENINOS

A esperança de vida no Japão é de 81 anos para os homens e 87 para as mulheres. É um país especial.

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REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Há 70 anos que Mutsuhiko Nomura joga futebol. Foi jogador profissional, jogou pela seleção nacional e, hoje, continua a jogar.

Mutsuhiko Nomura em 1966, quando era jogador profissional de futebol

No Japão, há uma Liga para equipas com jogadores com mais de 80 anos de idade, a Liga Futebol Para a Vida.

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Há cerca de 20 anos, a federação Japonesa de Futebol criou uma divisão para a faixa etária dos 40 aos 60 anos. Em 2012, seguiu-se a divisão 60-70 e, cinco anos depois, a categoria 70-75. Tem sido uma caminhada paulatina, a acompanhar a evolução da longevidade na sociedade.

Portanto, o caso de Mutsuhiko Nomura não é anormal, mas só no Japão. Quando Mutsuhiko entra em campo, ele corre o risco de ser o mais jovem em campo. Na verdade, os seus 83 anos não impressionam os adversários. Veja-se o exemplo de Shingo Shiozawa, de 93 anos, que ainda vai para o escritório todos os dias. E joga futebol, também. É guarda-redes.

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Nas horas vagas, Shingo dedica-se a resolver problemas complexos de matemática… com algarismos egípcios. Estes japoneses deixam-nos com os olhos em bico.

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A longevidade dos japoneses implicou mudanças sociais, até porque o sistema de pensões tem de garantir o pagamento das reformas a um número crescente de pessoas que vivem cada vez mais tempo. Assim, o Governo incentiva o prolongamento da atividade profissional, promete pensões maiores a quem se reformar mais tarde. Hoje, cerca de 20% das pessoas com mais de 70 anos continua a trabalhar.

Jogar futebol de 11 não é para todos e conseguir correr o campo aos 80 anos é uma coisa espantosa. Mesmo se o jogo só tem 25 minutos de duração. Parece mentira, mas não é.

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