REPORTAGEM DE GUERRA

Jeremy Bowen, veterano jornalista da BBC, está a ser acusado de encenar as suas reportagens. Não nos parece que seja verdade.

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Alexandre Guerreiro é um dos poucos analistas políticos nacionais considerados pró-russo. Aparece num canal de televisão e provoca urticária aos fans de Zelensky. Umas vezes terá razão, outras não.

No atual panorama político, passar por defensor de Putin é um ato de coragem. Não há “nicho de mercado”, por mais bem pago que seja, que justifique o risco de ser ostracizado pelos elitistas do pensamento.

Mas há erros que não podem passar sem reparo. Um recente twitt de Alexandre Guerreiro é pura má-língua e desinformação.

Twitter de Alexandre Guerreiro

É a imagem de um jornalista veterano da BBC, Jeremy Bowen, em reportagem na Ucrânia. Tem sido partilhada nas redes sociais, como exemplo do jornalismo fingidor. Dizem que Bowen finge estar na linha da frente. Justificam essa acusação, dizendo que a senhora, em segundo plano, de mão na cintura, estará a estranhar o facto de Bowen estar deitado, a fingir que se protege dos rebentamentos russos.

Se os críticos, de boa-fé, tivessem pesquisado minimamente o percurso profissional deste jornalista, saberiam que ele já esteve em muitas reportagens em cenário de guerra:   El Salvador, Bósnia, Kosovo, Líbano, Iraque, Líbia, Síria, etc.

Nunca se suspeitou de encenações, nas centenas de reportagens que fez antes. Porque razão, agora?

Por via das dúvidas, visionámos a reportagem de onde a imagem foi retirada. Trata-se de uma reportagem em Irpin, em março, durante a primeira ofensiva russa sobre Kiev. O que se vê nessa reportagem é população que procura chegar a Kiev, fugindo a pé. Ouvem-se rebentamentos, vimos pessoas que se atiram ao chão. Há gente morta, no alcatrão. E há o jornalista, deitado, a falar para a câmara, dizendo que é preciso proteger-se e que está à saída da cidade que os russos acabam de conquistar. Enquanto fala, ouvem-se rebentamentos.

Dito isto, o momento do “vivo” para a câmara poderia ser encenado. Já vi fazerem pior, à minha frente. Mas, neste caso, não parece. Vejam a reportagem.

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