Insegurança eléctrica

Sei que depois de férias bem portuguesas deveria escrever sobre o quão maravilhoso este país é. Ou sobre o tanto que me enerva o excesso de protagonismo da Catarina Furtado nos programas em que entra. Ou sobre a zanga da Judite de Sousa e da TVI. Ou mesmo sobre a tão revoltante história de Fernando Medina/Sérgio Figueiredo. Mas não. Vou contar a desgraçada aventura com a electricidade em minha casa.

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Pois sucede que, no final de Junho, num telefonema simples, passei para a Endesa, por sugestão (pasme-se!) da EDP, de onde me disseram que a outra era bem mais barata. E lá mudei com a promessa de que a minha factura iria baixar substancialmente… Três semanas mais tarde, tive uma dúvida na facturação, e liguei para a Endesa. A funcionária sugeriu-me que baixasse a potência contratada. O que eu aceitei (quem sou eu para saber alguma coisa de electricidade).

Algum tempo depois recebi um SMS a informar que a E-REDES iria fazer uma alteração à distância.

No dia 1 de Agosto, de súbito, nem o secador do cabelo conseguia ligar porque a electricidade ia, sistematicamente, abaixo.

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Liguei para a Endesa, sendo informada de que uma nova intervenção da E-REDES seria efectuada, também à distância. Expliquei à funcionária da Endesa que ia de férias e ela reiterou que seria à distância.

No dia 3 de Agosto recebo um telefonema de um funcionário da E-REDES informando-me que estava à minha porta para verificar a situação… Claro que não pude recebê-lo, conforme já tinha informado. Estava pelos lados da Sertã, numas férias que sei serem bem merecidas.

Uma semana depois, de regresso a Lisboa, ainda sem poder ligar uma única máquina em casa, veio o funcionário da E-REDES que se admirou com a potência contratada, salientando que NUNCA um contador trifásico podia ter a potência contratada de 3.45. Na sua frente liguei para a Endesa, tanto mais que o senhor me disse que, se procedessem à alteração do contrato, ele podia regressar a minha casa no dia seguinte e resolver a situação. Não! A Endesa só podia tratar do assunto no dia seguinte…

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Dois dias depois, um novo SMS a dizer que iam proceder a uma intervenção à distância. No final do dia, liguei para a Endesa e para a E-REDES para saber se estava tudo reposto e normalizado. Na E-REDES garantiram-me que sim. À confiança, lá pus eu a máquina de lavar a roupa, que já tinha tido três semanas de descanso, a lavar e pufff! Novamente sem electricidade. Claro que liguei para a E-REDES. Contudo, afinal, o horário de atendimento é só a partir das 9 horas…

Liguei às 9:15 e puseram-me em lista de espera, dizendo que se eu quisesse me contactariam ‘no prazo máximo de 48 horas’…

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Finalmente, a insistência minha, disseram-me que a intervenção, a mesma que já estaria feita, não podia ser feita à distância e o técnico só podia vir a casa dois dias mais tarde. Admito e confesso que desta vez gritei mesmo com o funcionário que, na verdade, parecia ser um pouco surdo. Pedi-lhe cinco vezes que ligasse ao superior hierárquico e ele insistia em responder a mesma coisa. Finalmente, passou-me a um ‘responsável da linha de apoio ao cliente da E-REDES’ que me disse exactamente o mesmo que tinha dito o seu subalterno, com as mesmíssimas palavras e tudo. Não percebi para que serve um superior hierárquico. No caso só deve ser para ganhar mais…

O mais ridículo é que venho a saber que afinal ‘a culpa é do sistema’. Explicação: o sistema não deveria ter aceitado uma baixa de potência contratada num contador trifásico. Portanto, o sistema é incompetente. Não são as pessoas que lidam com ele que, coitadas, não têm culpa nenhuma de não saberem a informação que dão ao cliente. Mais me disseram, e não sei se é assim, que quem está no apoio ao cliente são pessoas saídas das operadoras de telecomunicações e com uma formação de um dia. Quanto ao facto de só trabalharem das 9 às 18 no apoio ao cliente, mesmo em situação de emergência (a mim parece-me ser este o caso) informaram-me de que é assim mesmo. Nada a dizer, porque a emergência só funciona se houver uma avaria.

E, por fim, chegada de férias, tenho ainda duas facturas da Endesa. Afinal, eu que pagava cerca de 60 euros à EDP vou pagar mais de 80 euros, e, dizem-me, tenho 14 por cento de descontos. Se isto não é enganar os clientes, então não entendo.

Num dos 500 telefonemas (passe o ligeiro exagero) para a Endesa, com quem tenho esta infeliz relação contratual há dois meses, a funcionária explicou-me que a situação se deve ao aumento de preços que, tanto quanto sei, data de Janeiro…

É isto que temos na electricidade. E nem conto as histórias que ouvi, entretanto, a propósito da minha. Lá voltaremos!

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