Uma das missões da Amnistia Internacional (AI) é a verificação e registo de violações aos direitos humanos, nomeadamente em cenários de conflito. Na guerra que grassa pela Ucrânia, a AI tem empenhado o seu Laboratório de Provas de Crise para reunir essa informação.
O Laboratório de Provas de Crise trabalha remotamente e é constituído por peritos em diversas áreas, que analisam material audiovisual registado por jornalistas ou populares, imagens de satélite ou entrevistas a testemunhas dos acontecimentos em análise.
Uma tarefa importante, não só porque constitui uma base de dados suficiente para no futuro se poder responsabilizar os que praticaram crimes de guerra, mas também porque separa o trigo do joio. Ou seja, elimina falsos relatos ou meras narrativas de propaganda, numa altura em que a desinformação e a informação falsa se disseminam com facilidade.
Hoje, no site da Amnistia Internacional Portugal vem o rol de ataques perpetrados pelas forças russas na Ucrânia, que foram verificados pelo Laboratório até à data. É uma lista de 11 ataques, maioritariamente na forma de bombardeamentos. Há escolas e outro tipo de infraestruturas civis atingidas, há hospitais danificados, há a utilização de armamento proibido por convenções internacionais como, por exemplo, bombas de fragmentação. Factos que ocorreram em diferentes localidades da Ucrânia – Kharkiv, Mariupol, Chernihiv, para só mencionar alguns.
Lista de ataques na Ucrânia verificados pela Amnistia Internacional até à data:
- 17 de fevereiro: jardim de infância bombardeado na cidade de Stanytsia Luhanska, que feriu três civis.
- 24 de fevereiro: míssil balístico atinge hospital em Vuhledar, que matou quatro civis.
- 24 de fevereiro: bloco residencial atingido em Kharkiv, que matou um homem.
- 24 de fevereiro: civil morto em Uman.
- 25 de fevereiro, ataque com munições de fragmentação proibidas em instalações de ensino pré-escolar em Okhtyrka, que matou três civis, dos quais uma criança.
- 25 de fevereiro: míssil danificou a Escola Nº 48 em Mariupol.
- 26 de fevereiro: arma explosiva, provavelmente um projétil de artilharia, atingiu o segundo piso de um jardim de infância em Chernihiv.
- 28 de fevereiro: ataque com munições de fragmentação matou quatro civis, dos quais uma criança, e três pessoas que recolhiam água potável em Kharkiv.
- 28 de fevereiro: ataques na Rua Klochkovskaya em Kharkiv feriu civis, entre eles uma mulher que morreu mais tarde.
- 28 de fevereiro: munições de fragmentação atingem estacionamento automóvel, ferindo múltiplos civis em Kharkiv.
- 03 de março: ataque com bomba não-guiada em Chernihiv matou alegadamente 47 pessoas.
Um total de 60 mortes (dos quais 2 crianças). É evidente que este é apenas o rol de situações já comprovadas pelo Laboratório de Provas de Crise. Algumas terão sido rejeitadas, muitas estarão ainda em análise.