UCRÂNIA, ENTRE A PROPAGANDA E OS FACTOS COMPROVADOS

Para além da condenação inequívoca da invasão russa da Ucrânia, é necessário perceber a dimensão real dos acontecimentos. A par da invasão militar, o espectro mediático foi invadido pela desinformação e propaganda. E ao ritmo dos bombardeamentos com bombas verdadeiras, semeam-se mentiras. No que diz respeito a guerras e violações dos direitos humanos, não há mentiras piedosas.

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Uma das missões da Amnistia Internacional (AI) é a verificação e registo de violações aos direitos humanos, nomeadamente em cenários de conflito. Na guerra que grassa pela Ucrânia, a AI tem empenhado o seu Laboratório de Provas de Crise para reunir essa informação.

O Laboratório de Provas de Crise trabalha remotamente e é constituído por peritos em diversas áreas, que analisam material audiovisual registado por jornalistas ou populares, imagens de satélite ou entrevistas a testemunhas dos acontecimentos em análise.

Uma tarefa importante, não só porque constitui uma base de dados suficiente para no futuro se poder responsabilizar os que praticaram crimes de guerra, mas também porque separa o trigo do joio. Ou seja, elimina falsos relatos ou meras narrativas de propaganda, numa altura em que a desinformação e a informação falsa se disseminam com facilidade.

Hoje, no site da Amnistia Internacional Portugal vem o rol de ataques perpetrados pelas forças russas na Ucrânia, que foram verificados pelo Laboratório até à data. É uma lista de 11 ataques, maioritariamente na forma de bombardeamentos. Há escolas e outro tipo de infraestruturas civis atingidas, há hospitais danificados, há a utilização de armamento proibido por convenções internacionais como, por exemplo, bombas de fragmentação. Factos que ocorreram em diferentes localidades da Ucrânia – Kharkiv, Mariupol, Chernihiv, para só mencionar alguns.

Lista de ataques na Ucrânia verificados pela Amnistia Internacional até à data:

Um total de 60 mortes (dos quais 2 crianças). É evidente que este é apenas o rol de situações já comprovadas pelo Laboratório de Provas de Crise. Algumas terão sido rejeitadas, muitas estarão ainda em análise.

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