A Vodafone assumiu o rombo. No site, a empresa avisa os clientes que “foi alvo de uma disrupção na sua rede, iniciada na noite de 7 de fevereiro de 2022 devido a um ciberataque deliberado e malicioso com o objetivo de causar danos e perturbações.”
No comunicado, a Vodafone confirma que a “situação está a afetar a prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital.”
Não são apenas os clientes particulares a ver o serviço paralisado, também as empresas e os organismos públicos que utilizam este operador não conseguem comunicar, problema que se pode tornar muito complicado no caso dos bombeiros, INEM ou, se fosse o caso, as próprias Forças Armadas. Ou seja, a segurança do Estado corre sérios riscos.
A Vodafone não sabe ao certo, mas incluiu no comunicado a convicção de que não houve roubo de dados de clientes…
Segundo tem sido noticiado, este ciberataque ainda não foi reivindicado nem terá sido pedido qualquer resgate por parte dos atacantes. Como não há maneira de confirmar estas informações, damos a informação com todas as reservas. Lembramos que o ataque aos sites da SIC e Expresso foram reivindicados pelos piratas Lapsus$ Group. O ataque aos sites da Impresa aconteceu no início de janeiro e tanto o Expresso como a SIC continuam a não ter acesso a eles e mantêm “sites provisórios” nos respetivos serviços online.
As notícias dizem, ainda, que a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da Polícia Judiciária está a investigar o ciberataque à Vodafone. Também o SIS, os serviços de informações e o Centro Nacional de Cibersegurança, estão a monitorizar o caso.
Para ultrapassar estas falhas nas comunicações, o Instituto Nacional de Emergência Médica de Portugal (INEM) tem recorrido a sistemas alternativos como o SIRESP, feitos via rádio. Também há corporações de bombeiros a sentir dificuldades nas comunicações. Alguns terminais de Multibanco também ficaram inoperacionais e há notícia de dificuldades em algumas áreas de netbanking como, por exemplo, a validação de operações através de sms.
Este ataque foi dirigido apenas contra a Vodafone Portugal, nenhumas das outras empresas de telecomunicações foram atacadas. É caso para dizer que ficam para a próxima.

