O deputado José Silvano cedeu a sua palavra-passe de acesso ao sistema da Assembleia da República. A palavra passe foi usada pela deputada e colega de bancada Maria Emília Cerqueira. Os deputados dizem que a intenção foi a de facilitar a consulta de documentos e não, nunca, jamais em tempo algum, para que Maria marcasse a presença de Silvano no hemiciclo quando ele estivesse ausente.
O caso foi denunciado e o Ministério Público sentou os dois deputados no banco dos réus. O tribunal considerou que não ficou provado que Maria tivesse feito a malfeitoria de que estava acusada de “marcar o ponto” de Silvano.
Silvano considerou que “não provado” significa “absolvição” e convocou uma conferência de imprensa para dizer que precisariam de nascer duas vezes para ser tão honestos quanto ele, ou algo semelhante a isto. Que tudo não passou de uma tramoia de adversários políticos. A ser assim, há políticos cheios de má-fé e capazes de mentir só para obter ganhos…
Este quid pro cuo talvez pudesse ter sido tirado a limpo através das imagens gravadas pela ARTV. Mas foi? É que não há deputados invisíveis… que se saiba, é claro.
Ironias desenhadas a lápis de carvão pelo cartoonista Hélder Dias.
