Descendentes de judeus sefarditas podem ser portugueses, se quiserem. Nos úiltimos seis anos, mais de 56 mil quiseram…
Por que razão os descendentes dos judeus sefarditas expulsos de Portugal há 600 anos têm direito à nacionalidade portuguesa e pessoas de outras origens ou etnias não têm os mesmos direitos?
A lei que permite aos sefarditas obter a nacionalidade portuguesa dispensa-os de saber falar português, basta que provem pertencer a uma comunidade judaica com tradições sefarditas. Trata-se evidentemente de um tratamento de privilégio. Esta questão só agora está a ser discutida porque se soube que o multimilionário russo Roman Abramovitch adquiriu a nacionalidade portuguesa, alegando ser descendente de judeus sefarditas. Portugal terá ganho mais um multimilionário, embora isso não contribua nada para bem-estar da comunidade. A pergunta sem resposta é qual a verdadeira razão para Abramovitch querer a nacionalidade portuguesa. A outra pergunta que convinha saber a resposta é porque razão Portugal concede este privilégio aos judeus de origem sefardita.
Se se trata de uma questão de arrependimento pelas perseguições e massacres que vitimaram milhares de judeus nos 300 anos de Inquisição, só ficaria bem dar as mesmas possibilidades aos povos que escravizámos e massacrámos durante séculos e com os quais temos uma real proximidade cultural e social.
Nos últimos seis anos, Portugal atribuiu a cidadania portuguesa a 56.685 descendentes de judeus sefarditas, segundo dados do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) e do Ministério da Justiça.
Roman Abramovich é português desde o passado dia 30 de abril de 2021.
