Demitiram-se dos cargos que tinham no partido, mas não desistiram da luta. Os que contestam a atual direção do PAN acabam de publicar um manifesto para forçar a convocação de um congresso extraordinário eletivo do PAN. O documento está disponível para leitura e subscrição dos filiados. Se o documento for assinado por 20% dos militantes, obrigará à realização do Congresso.
O PAN cresceu sob a batuta de André Silva e estatelou-se ao comprido com Inês Sousa Real. O primeiro soube passar a mensagem, foi convincente. A segunda revelou-se destituída de carisma, um erro de casting.
André diz que Inês é “muleta” do PS. Na verdade, Inês há muito que está na órbitra de personalidades ligadas ao PS, pelo menos desde que foi apadrinhada por Basílio Horta para diretora do contencioso da Câmara Municipal de Sintra. É verdade que Basílio não é bem um socialista, mas isso ainda piora a imagem pública de Inês.
A maior machadada na credibilidade de Inês terá sido o caso das estufas das suas empresas agrícolas, despoletado pelo secretário-geral da CAP.
A dirigente do PAN nunca foi capaz de convencer as pessoas de que as suas estufas não eram estufas, mas sim túneis. Serão túneis que se parecem com estufas. Foi-lhe fatal. E o PAN sofreu.
Depois das eleições, o descalabro eleitoral do PAN provocou fissuras profundas na estrutura do partido. Pelo menos 10 membros da Comissão Política Nacional apresentaram a demissão.
Foi uma espécie de “não conseguimos respirar”, asfixiados pelo joelho pesado de Inês Sousa Real. E saíram em sinal de revolta nomes sonantes como, por exemplo, Nelson Silva (deputado que substituiu André Silva), o porta-voz regional e deputado na Assembleia da Região Autónoma dos Açores, Pedro Neves, o porta-voz regional e cabeça de lista na Região Autónoma da Madeira, Joaquim de Sousa. Ou nomes menos sonantes como é o caso de Jorge Alcobia.
A revolta aconteceu depois de ter sido rejeitado um congresso eletivo para discutir de forma ampla os resultados eleitorais, as táticas políticas que conduziram à derrota eleitoral, a eventual responsabilidade dos que decidiram o rumo e a atuação do Partido.
Quando Jorge Alcobia se demitiu da Comissão Política Nacional, tornou pública a sua carta de demissão. “Considero que deveria ter havido, por parte da Porta-Voz, a assunção inequívoca da sua quota parte de responsabilidade nos maus resultados, nomeadamente pela fragilização em que colocou o partido com as explicações, nunca convincentes, relativamente às notícias saídas na imprensa. O que, num partido transparente, levaria à colocação do respetivo lugar à disposição”, escreveu Alcobia, entre outras razões que justificaram a sua tomada de posição.
É muito provavel que este argumento seja partilhado por todos os outros que também se demitiram. Inês Sousa Real acusa-os, porém, de “pôr interesses pessoais à frente daquilo que possam ser os interesses coletivos”, fala em “jogada manifestamente infeliz”. Mas a ideia que fica desta querela é que quem está agarrado ao poder é quem não se demite.
Esta denúncia da CAP a ser verdade é que matou este partido!… Mas isto só vem a demonstrar que seja qualquer partido ou ideologia, o que está na sua génese é coletar no Orçamento do Estado e com isso melhorar de vida!…