Helena Pato esteve em Cascais!

49 anos da conceituada Livraria Galileu, em Cascais, mui agradável efeméride comemorada no passado dia 22 (parabéns, Nuno e Caroline!), com a apresentação, pela escritora Maria Helena Ventura, do livro Contraluz, da autoria de Helena Pato.

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A autora

Helena Pato, natural de Mamarrosa (concelho de Oliveira do Bairro, Aveiro), bem no coração da Bairrada, será naturalmente mais conhecida por ter escrito o livro A Noite mais Longa de Todas as Noites, em que historia o que foi a noite salazarista em Portugal. O livro reflecte a sua experiência pessoal de luta, que a levou à prisão e que lhe determinou a vontade de manter bem viva a chama contra todos os totalitarismos. Esteve casada com José Manuel Tengarrinha, também ele um activista político, como se sabe, e muito lhe deve o MDM, Movimento Democrático das Mulheres.

Mais recentemente, é de realçar o facto de manter e dinamizar, no Facebook, a página «Antifascistas da Resistência», destinada a arquivar notas biográficas desses opositores à Ditadura Militar e ao «regime fascista do Estado Novo». Já ali constam «cerca de 900 notas biográficas, que vêm sendo regularmente escritas por colaboradores do grupo Fascismo Nunca Mais».

Formada em Matemática, enveredou Helena Pato pelo ensino, actividade em que, para além da mera leccionação, deu formação a docentes e publicou estudos no âmbito da Pedagogia e da Didáctica da Matemática.

A apresentação

O citado livro A Noite mais Longa de Todas as Noites, já em 4ª edição pela dinâmica editora Colibri, de Fernando Mão de Ferro, retrata vivências políticas; o que ora foi apresentado é, nos seus 33 contos, de índole mais interventiva e relacionada com a problemática no plano social, se assim nos podemos expressar, sem querer desvendar conteúdos que cumpre ao leitor ir desvendando à medida que a leitura o for entusiasmando.

Foi apresentadora – na sequência de ter sido a prefaciadora do volume – Helena Ventura, que reside em Cascais e que escreveu, a dado passo, com aquele seu estilo envolto em poesia e que, como convém, acaba por seduzir à leitura do livro prefaciado: há, nestes contos, um «incitamento à mudança, à procura das fontes de luz que se insinuam nos contornos sombrios do percurso»; «como se a autora» – acrescenta – «dissesse que, à beira de precipícios, não tem que haver despenhamento, pode a vontade lançar pontes de evasão para margem mais segura…».

Toda uma mensagem de esperança, portanto, tive ocasião eu de sublinhar, quando anunciei a apresentação da obra.

No posfácio, sugestivamente intitulado «A guerra das estrelas», conta Helena Pato que, um dia (eu acho que não foi num dia, mas em vários ou, se foi em um, elas já andavam há muito a rondar-lhe a casa…), um dia lhe «apareceram umas quantas criaturas a oferecerem-se como personagens de ficção». Ela mimou-as, respeitou-lhes e satisfez-nos os gostos e, confessa que, afinal, ao querer captá-las a jeito, «olhando-as frequentemente em contraluz, reflecti-me em algumas delas, exasperei-me com outras tantas e odiei meia dúzia». Daí o título Contraluz.

A filha, Rosa Tengarrinha, fotógrafa de profissão, captou para a capa solitário beco em contraluz, como era de lei. A preto e branco.

Ah! ia-me esquecendo! Conviria aliciar o leitor mediante a indicação de alguns títulos incluídos nas quase 190 páginas. Vamos a isso, sem ordem alguma predefinida: «Um dia de cada vez» (onde é que eu já ouvi isto nestes últimos tempos pandémicos?…), «cantigas do bom marido» (uau!…), «amores do século XXI» (como serão?), «Acompanhantes de luxo» (sem comentários), «Verdes anos: mitos e místicas», «Ela das 6 às 8»… Pronto, já aliciei!

1 comment

  1. Sempre traiçoeira a língua portuguesa!
    Tecem-se em público umas palavras sobre um livro; mas… não é a sua apresentação! Que ‘apresentação’ carece de ritual específico! Há uma fotografia tirada de ângulo excelente, mas… a fotógrafa não é profissional!
    Vamos, então, pôr os pontinhos nos iis, para que não restem dúvidas. E começamos pelo fim:
    1. Rosa Tengarrinha não é fotógrafa profissional; é administrativa na Câmara de Cascais e faz fotografia nas hovas vagas. E não é que as faz muito bem?!
    2. Quanto à «apresentação» de Contraluz, na Galileu teceram-se considerações sobre o interesse do livro, mas a apresentação, com pompa e circunstância, está prevista lá para a Primavera; e, nessa altura, serão oradoras Alice Vieira e Rita Ferro Rodrigues.
    Jornalista tem destas coisas: nem sempre prima pelo rigor da linguagem, na vontade de dar a notícia quase em cima da hora. Perdoe-se-lhe! Mas olhe-me bem nos olhos: não espere pela apresentação para ler o livro! – e, na apresentação oficial, já poderá compreender melhor o que disserem e aproveitará para colher o necessário autógrafo!

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