Foi o juiz Carlos Alexandre quem coordenou mais de 100 buscas de norte a sul de Portugal, numa operação que envolve mais de 200 inspetores da PJ e que investiga suspeitas de tráfico de diamantes, ouro e droga por parte de militares portugueses, entre os quais estarão comandos e ex-comandos, durante missões portuguesas no âmbito da ONU.
As suspeitas focam-se num alegado esquema criminoso para traficar diamantes da República Centro Africana para a Portugal, misturados na carga transportada em aviões militares que escapam à fiscalização alfandegária. Porque escapam, não se sabe. Talvez seja um procedimento legal, mas é mais provável tratar-se de um hábito de subserviência das autoridades civis perante alguma impertinência castrense.
Os diamantes, de Portugal seriam transportados para a Holanda e Bélgica, para serem vendidos.
Um dos locais que está a ser alvo de buscas é o regimento de Comandos, no quartel da Carregueira, em Sintra, que seria a base dos principais suspeitos deste esquema, que dura há vários anos.
Diamantes provenientes de países em guerra não devem entrar nos circuitos comerciais. O caso destes diamantes da República Centro Africana assemelha-se aos chamados “diamantes de sangue” do tempo em que na Libéria, Serra Leoa ou Angola os diamantes serviam para financiar as guerras civis, manter as populações sob escravidão e alimentar governos corruptos.
É uma tristeza ver militares portugueses suspeitos de estarem envolvidos nestes esquemas indignos. Vamos ver no que dão as investigações e até onde consegue ir o juiz Carlos Alexandre.
Não vai dar em nada, é para empatar a burguesia. É como o caso Sócrates, Salgado, Portucale e por aí fora.