Os pedidos de reforma antecipada mantêm-se sujeitos a duas penalizações: o fator de sustentabilidade e o corte de 0,5% por cada mês de antecipação. O fator de sustentabilidade está agora em 14,06%. Ou seja, por exemplo, numa reforma de mil euros antecipada em 18 meses, o Estado fica com cerca de 140 € de fator de sustentabilidade e poupa mais 90 € no corte por antecipação do pedido. Ou seja, o reformado tem de se contentar com 770 € por mês. Sobre os quais ainda tem de pagar IRS.
Estamos a falar de um saque imoral. A reforma é dinheiro que o trabalhador descontou ao longo da sua vida ativa. Ou seja, o Estado está a devolver ao trabalhador o que ele acumulou numa espécie de conta poupança no Ministério das Finanças. Esse dinheiro não devia ser regateado.
Os cortes nas reformas por antecipação ignoram que a partir dos 50 anos de idade dificilmente um desempregado volta a ter trabalho. O cidadão arrasta-se anos a fio, esgotado o subsídio de desemprego vive do RSI. Ou reforma-se antecipadamente, ficando com uma reforma muito diminuída pelas penalizações. As penalizações nas reformas são, assim, uma espécie de condenação à miséria de quem não tem culpa dos vícios do sistema capitalista.