Torreão gigante abandonado no Largo do Martim Moniz

Há um pedaço de história abandonado, no Martim Moniz, em Lisboa. Parece um torreão e terá sido local de amor de uma bela mulher do povo com um nobre do tempo de D. João I. É um pedaço gigante da muralha mandada edificar por D. Fernando I, para proteger o casario que então crescera pela colina abaixo

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O torreão está entre vários prédios construídos nos últimos anos pela Câmara de Lisboa com casas para jovens. Mas muitos dos apartamentos já foram revendidos a gente endinheirada. Tem sido sempre assim, infelizmente!

Quem por ali passa julga estar perante uma ruína sem valor. Muito alta e volumosa, ainda de pé, fruto dos habituais desentendimentos que têm transformado Lisboa num caos urbanístico.

Em rigor, aquilo é o que restou da longa e útil muralha que atravessava o atual Largo do Martim Moniz, no tempo em que ali havia um denso casario. Duarte Pacheco, o engenheiro de Salazar, quis prolongar a Rua da Palma até ao Tejo. Foi há 80 anos. Arrasou o casario, construíram um hotel, o horrível Hotel Mundial. A rua nunca chegou ao Tejo e a ideia morreu num largo. Restou o torreão ignorado por todos.

Em torno dele existe uma ténue lenda de amor, talvez copiada da história de Pedro e Inês de Castro. Na lenda do Torreão também foi morta a jovem amante. Neste caso pelo Povo que não a queria ver nos braços de um nobre amigalhaço dos castelhanos de D. Leonor Teles, a rainha maldita que nasceu em Trás-os-Montes em 1350 e faleceu com 36 anos em Valladolid, Espanha. Contou-me o meu avô que já partiu.

E dizia-me em voz baixinha que o Povo comete muitos erros. E que nunca puxa as orelhas aos poderosos que matam Lisboa aos bocadinhos.

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