Covid-19: pandemia agrava-se, o caso do idoso de Mafra

Doente idoso de Mafra morre à porta do Hospital de Torres Vedras sem ser atendido depois de horas de espera dentro da ambulância.

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O boletim epidemiológico regista hoje 148 mortes e 10.698 novos casos de infeção covid-19 (novo máximo diário).

A região de Lisboa e Vale do Tejo, com 4.071 novos infetados, é a área do país com mais novas notificações, com 38% do total de diagnósticos nas últimas 24 horas em Portugal.

Em todo o território nacional, há 4.368 doentes internados – mais um novo recorde de casos -, mais 128 que ontem, e 611 em unidades de cuidados intensivos (UCI), mais 15 do que na quarta-feira, um outro novo máximo.

Morrer na porta do hospital

A pressão sobre as urgências hospitalares começa a fazer-se notar. Já não são apenas as consultas e as cirurgias que foram “chutadas para canto”. Em Torres Vedras, na passada terça-feira, um doente morreu à porta do Hospital de Torres Vedras sem ter sido atendido.

Segundo o INEM registou-se uma “elevada afluência às urgências” dos hospitais da região na altura em que o doente morreu dentro da ambulância, após horas de espera pela admissão hospitalar.

O Ministério da Saúde deu início a um processo de averiguações sobre o sucedido e recusou-se a comentar o caso.

De acordo com o INEM, o pedido de socorro à vítima, de 87 anos, foi recebido às 09:16 de terça-feira. O INEM mobilizou uma ambulância dos bombeiros de Mafra para efetuar o socorro a esta pessoa.

Já após a assistência ao doente no local, no concelho de Mafra, e a avaliação do seu estado de saúde, foi decidido encaminhá-lo na ambulância para a unidade hospitalar de Torres Vedras.

Os Bombeiros Voluntários de Mafra recusaram prestar esclarecimentos sobre o caso. O concelho de Mafra, no distrito de Lisboa, dista cerca de meia hora do hospital de Torres Vedras, no mesmo distrito.

Hospital privado não serve para nada

Depois do sucedido, no dia seguinte, várias tendas foram montadas pela Proteção Civil junto ao hospital para “libertar espaços do interior” que, por sua vez, vão ser usados para “realojar áreas de serviços convertidos em internamento covid”, sem aumentar o número de camas, disse a administração do hospital à agência Lusa.

As tendas vão ser também utilizadas para a realização de colheitas para testes de diagnóstico à covid-19, tratamentos a doentes infetados pelo novo coronavírus e sala de espera para a consulta externa.

O Hospital de Torres vedras é uma estrutura desgastada pelo tempo, de dimensões manifestamente insuficientes para atuação em estado de calamidade de saúde pública. As tendas são um remendo na insuficiência de meios técnicos e humanos, mas na cidade existe uma unidade hospitalar privada, do grupo CUF, que podia contribuir para diminuir os problemas caso o Governo decretasse a requisição civil das estruturas hospitalares privadas.  

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