Quanto vale um broche de Anton Lachmann? perguntou a minha amiga rica, que deixou Lisboa, esvaziada pelo confinamento. Depende do broche, respondi, por mensagem. Se for um dos broches de Madeleine Albright, vale muito. Por exemplo, o “Blue Bird” de 1880. Mas isso é muito antigo, respondeu ela. Nesse caso tens um broche de 1970, feito por Cecile e Jeanne, também de Madeleine que foi secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros dos EUA. Coleccionava broches! E usava-os consoante a tarefa que tinha pela frente. De resto, escreveu até um livro sobre esse tema, “Read my Pins” (Leia os meus Broches, em tradução livre), onde desvenda essas mensagens subliminares que enviava aos seus interlocutores políticos.
Não vou revelar o nome da minha amiga, mas ela deixa-me publicar conversas, segredos e comentários dos locais que frequenta. Por exemplo sobre uma casa que tem em Sintra, que perdeu muito com a construção do modernaço Hotel Tivoli, em 1973, ao lado do Paço Real. Dom Afonso V morreu aí, chegou extenuado. Pediu um copo de água e faleceu de imediato. Foi em 1481.
Há uns anos aconteceu o mesmo com um casal amigo, disse ela. O senhor era brasonado dos 4 costados e antiquário. A esposa faleceu numa tarde de Verão muito quente. Ele bebeu um copo de água gelada e zás! morreu também.
Com ele, terminou uma das alas de Templários portugueses, que reclamava a herança de Jacques Molay, morto em 1314 por Felipe IV de França. O rei morreu pouco meses, depois da maldição lançada pelo Grão-mestre dos Templários.
Ele tinha dinheiro? perguntou a minha amiga. Tinha 15 mil soldados. Oh! Não! Pretendentes não me faltam! e pôs um LOL na mensagem, que é sinal de gargalhada. A minha amiga está agora em Milão. Deixou Lisboa, num jacto privado do aeródromo de Tires cujo preço da viagem é um pouco mais alto que os 89.49 euros do site da Edreams.
Amanhã conto-te quem encontrei aqui às compras na Versace da Galeria Vitório Emanuel, rematou a minha amiga.