Maturidade, precisa-se

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É covid a toda a hora. Conseguem fazer noticiários quase exclusivamente com a pandemia. Primeiro foram os lares. Agora, revelam particular empenho quando há hospitais perto da saturação nas enfermarias e cuidados intensivos. Ou quando há médicos e enfermeiros infectados em ambiente hospitalar.

Há dias, as três televisões generalistas abriram com a notícia de Ronaldo infectado. Não o disseram, mas, subjectivamente, em causa estaria uma eventual tragédia futura. Quando o homem deu negativo, só foi notícia na parte final dos noticiários. Lá se foi a tragédia…

Para as redacções, a pandemia transformou-se numa benção. Os noticiários ficaram monotemáticos. O que cria rejeição ou dependência. Há quem evite a adição que lhes pretendem impingir, lendo apenas, ao longo do dia, notícias recolhidas nas edições on-line dos jornais. Mas também há quem fique vidrado, colado ao écran,  maioritariamente idosos e pessoas menos esclarecidas. É gente que vai criando e transmitindo uma ansiedade doentia. Psicólogos e psiquiatras agradecem. As autoridades ajudam à festa, com a conferência de imprensa diária, onde não se limitam a transmitir factos.

Interrogo-me como será se os hospitais chegarem à situação de ruptura, face à verdadeira paranóia que invadiu os noticiários, cuja duração, ainda por cima, não tem paralelo em qualquer país civilizado. A manterem-se os actuais critérios editoriais, será criada uma situação de alarme absolutamente insuportável. Em democracia, os órgãos de comunicação social não devem ser regulados. Seria boa ideia, portanto, as direcções de Informação das tv’s começarem a dar sinais de alguma auto-regulação. Sinais de maturidade.

Muito fraca, a entrevista a António Costa, na TVI. Aquilo foi um passeio para o primeiro-ministro. Conseguiu-se, a custo, extrair um título, obtido, ainda por cima, a partir de um cenário impossível. Muito curto, convenhamos. Há quem diga que a TVI está subordinada aos interesses do PS. Começa a parecer que assim é. Estranhamente, a entrevista é feita a uma segunda-feira, sendo conduzida por Anselmo Crespo e Pedro Benevides. O mesmo dia da intervenção e entrevistas feitas por Miguel Sousa Tavares. Teria sido bem melhor confiarem-lhe a tarefa.

Boas reportagens no programa “Sexta às 9” do passado dia 23 de Outubro. Com destaque para os trabalhos sobre a nomeação para a Procuradoria-Geral Europeia e sobre o Lar do Comércio de Matosinhos.

O programa “Circulatura do Quadrado” vai para o ar quando calha. E às horas mais estapafúrdias. É estranho os respectivos participantes (Pacheco Pereira, Lobo Xavier e Ana Catarina Mendes) aceitarem tal tratamento.

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