O ataque foi realizado com dois drones. O navio está em risco de afundar. Os tripulantes foram resgatados mas o reboque do navio foi impedido pela marinha de Malta.
A organização Freedom Flotilla Coalition, responsável pela missão, atribuiu o ataque a Israel, mas até agora Israel não assumiu a autoria do ataque pirata.


Este incidente intensifica as tensões em torno do bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, onde a população morre devido aos bombardeamentos israelitas e morre de fome devido ao bloqueio israelita que impede a entrada de alimentos. A situação humanitária em Gaza é considerada crítica, com relatos de escassez de alimentos e medicamentos, e um número crescente de vítimas civis .
O ataque ao “Conscience” relembra episódios anteriores, como o assalto ao navio “Mavi Marmara” em 2010, também parte de uma flotilha com destino a Gaza, que resultou na morte de nove ativistas. Enquanto este tipo de iniciativas não tiver o apoio concreto dos países que reconhecem o Estado da Palestina, Israel continuará a matar impunemente. Seria interessante ver o que Israel faria se o navio humanitário fosse escoltado pelas marinhas de Espanha, Suécia, Noruega ou Irlanda, países europeus que reconhecem o Estado da Palestina.
Provavelmente, o cenário mudaria radicalmente. Israel dificilmente arriscaria atacar diretamente uma embarcação protegida por marinhas europeias, pois isso poderia ser interpretado como um ato de guerra contra outro Estado soberano, com sérias implicações no direito internacional.
Israel não iria arriscar um conflito diplomático com a União Europeia e a NATO. Um ataque contra um navio sob bandeira europeia e proteção militar seria interpretado como uma grave violação das normas internacionais, forçando uma resposta diplomática enérgica.
Israel é um Estado altamente calculista em termos militares. Se percebesse que a missão tinha apoio estatal e militar direto europeu, tenderia a recorrer ao “padrinho” americano e à pressão diplomática ou a campanhas de desinformação em vez de ataque físico.
À luz do direito internacional, o reconhecimento formal da Palestina como Estado soberano dá o direito a esses países de estabelecer relações e apoio humanitário à Palestina. Em termos legais, nada pode impedir que navios com ajuda humanitária possam navegar em águas internacionais e em águas territoriais de Gaza. Apenas a força das armas e é isso que Israel tem feito.
Uma ação deste tipo iria romper definitivamente o bloqueo israelita a Gaza. Esta iniciativa seria um desafio diplomático de alto risco, mas também um ato de defesa dos direitos humanos. Teria potencial para mudar o jogo na Palestina, não por força bélica, mas por ação legal coordenada e corajosa no cenário internacional.