POLÍCIAS NAZIS

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No vídeo vêem-se silhuetas de homens fardados, recortadas pela luz  de tochas e de uma cruz a  arder. O vídeo foi publicado nas redes sociais do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia, sedeado no Estado de São Paulo, Brasil.

O vídeo foi publicado e apagado pouco depois, assim que começaram a chover protestos sobre a cena em tudo idêntica às imagens de Hollywood sobre os atos intimidatórios dos racistas do Ku Klux Klan. Mas entretanto já tinha sido copiado.

fotograma extraído do vídeo do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia

O Ministério Público brasileiro pediu explicações ao comandante desse batalhão de polícia e deu-lhe um prazo de 10 dias para se justificar. Algumas fontes da polícia disseram a jornalistas brasileiros que o vídeo terá sido apagado para evitar  “interpretações distorcidas”.

Desde que Bolsonaro esteve no poder, a violência desmedida da polícia contra pobres e pretos passou a ser imagem de marca da polícia brasileira, principalmente a Polícia Militar (equiparável à GNR portuguesa).

Os críticos das ações policiais no Brasil dizem que os policiais militares agem incentivados pelo caldo cultural do bolsonarismo, que trouxe um verniz de legitimidade ao fetiche por armas e matança de pobres.

Do tempo de Bolsonaro como Presidente do Brasil ficaram muitas histórias tristes, algumas caricatas, todas penosas. Foi o caso do então secretário de cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, notório admirador da estética nazi, que se deixou gravar num discurso em que copiou trechos exatos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler.

Roberto Alvim

Recentemente, um dos líderes da Ku Klux Klan, David Duke, terá dito que Bolsonaro “soa como nós”. Segundo o artigo do Intercept que cita este senhor, Bolsonaro “se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França”.

Lá como cá, também se introduziu o tema do “desastre demográfico” e a “enorme criminalidade” relacionada com a imigração. Não há coincidências aqui. A afinidade ideológica é óbvia e inegável. O caricato é que em Portugal um dos alvos da extrema-direita é a imigração asiática e brasileira.  

A ideologia de extrema direita está tão impregnada nas mentes e corações dos integrantes da corporação policial que não importa tanto se o governador que a comanda seja ou não bolsonarista. A Polícia Militar da Baía, por exemplo, governada por políticos do PT desde 2007, é hoje a que mais mata no país.

Ouvimos dizer que, no Brasil, já está assimilada na sociedade a ideia falaciosa de que a matança torna a comunidade mais segura. Na verdade, as matanças perpretadas nas favelas vêm de longe, desde os tempos da ditadura militar. A democracia não conseguiu alterar o modo da Polícia Militar operar. Um drama brasileiro.

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