“Ilha Teresa – Strawberry Fields Forever” é a obra e foi o subtítulo que mais me atraíu. A canção dos Beatles “Strawberry Fields Forever” é um hino à paz dos idos de 70, uma mensagem que bem podia ser recuperada nos dias de hoje.
No livro, a narrativa de Richard Zimler retrata a vida de uma jovem que emigrou com a família, a desaptação a uma nova sociedade, conflitos familiares, amor. Quem conhece um pouco a vida do autor encontra alguns paralelismos possíveis entre ele e esta Teresa, onde um irmão doente (o irmão de Richard morreu jovem) não será a menor das coincidências.

Portanto, a ilha de Teresa pode muito bem ser a ilha de Zimler: não existe no mapa, é um espaço simbólico que representa um refúgio interior, um lugar de resiliência.
Não sei se este livro teve o sucesso de outras obras de Richard Zimler, mas duvido. O silêncio que rodeia este livro contrasta com o alarido e os prémios associados a outros do mesmo autor, casos de “O Anagrama de Varsóvia” ou “O Evangelho Segundo Lázaro”. E esse contraste pode significar vendas sofríveis. A ser assim, um pouco injusto, porque “Ilha Teresa” tem boas personagens e uma narrativa inteligente.