Nikolay Lalov continua a não prescindir – e fá-lo muito bem! – de introduzir cada uma das peças, explicitando o contexto em que cada uma nasceu e o significado e o contributo que se propôs para engalanar o tema «Paz e Liberdade» do Concerto de Ano Novo no Salão Preto e Prata do Casino Estoril, ao final da tarde de domingo, 5.
O simbolismo das flores, do cravo de Abril, foi festejado na Valsa das Flores, de Tchaikowsky, em que a harpa nos deliciou sobremaneira.
Oportuna, a divertida marca da ópera «A Guerra Alegre», de Strauss. A Marcha dos Gladiadores, de J. Fučik, foi pretexto para lembrar que pela força nada se consegue. A divertida «The Syncopated Clock», de Leroy Andersson, mostrou o papel importante da percussão, que também teve lugar de destaque na bem movimentada polca «Sob relâmpagos e trovões» («Unter donner und Blitz», de Johann Strauss. E que dizer da sempre deliciosa valsa nº 2 de Dmitri Shostakovich?
E se a polca «Diplomaten» foi pretexto para se formularem votos de que a diplomacia venha a resolver conflitos, a marcha UNO, de Robert Stolz, serviu para trocar UNO por ONU e desejar que essa organização internacional logre pôr termo aos conflitos em marcha.
Antes do bónus – que é sagrado – da citada “Marcha Radetzky”, tivemos ocasião de ouvir a bem movimentada «Leichtes Blut», ‘luz do coração’, a dispormos mesmo muito bem!
Se foi um estupendo final de tarde? Foi! E ficaram saudades de ouvir mais vezes a Sinfónica de Cascais.
(créditos das fotos: João Lamares / Jocavi)