A GUERRA POR OUTROS MEIOS

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Cidadãos russos que vivem no estrangeiro têm denunciado situações de discriminação, bullying, perseguição e de violência de que têm sido vítimas. Os casos estão compilados num relatório do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, “On Violations of the Rights of Russian Citizens and Fellow Citizens in Foreign Countries (Report of the Ministry of Foreign Affairs of the Russian Federation)”.

recorte do título do relatório

O relatório foi publicado em 20 de dezembro e a embaixada da Rússia em Lisboa divulgou, agora, nas redes sociais, um extrato dos relatos.

Desde o início da guerra na Ucrânia que as situações de bullying e ameaças se têm repetido, diz a nota da embaixada. “Houve manifestações discriminatórias contra crianças de origem russa nas escolas. Em 2022, uma escola em Albufeira recebeu ameaças e insultos de ucranianos radicais que viviam na cidade. Havia comentários na página da escola com o seguinte conteúdo, muito próximo das visões nazistas dos apoiadores de Bandera: “Vamos esfolar as crianças”, “É hora de comprar um machado, há muito trabalho a ser feito” – são exemplos do que está relatado.

“Em março de 2022, Yuriy Petko, um nacionalista ucraniano, roubou a loja de Natalya Sverlova e ameaçou-a por causa da sua origem russa. As autoridades judiciais condenaram o ucraniano a 1,5 anos de prisão suspensa e condenaram-no a pagar 750 euros de indemnização”, é um dos raros relatos em que houve consequências para o agressor.

Outros casos não tiveram consequências, como, por exemplo, quando “o reitor da Igreja Ortodoxa Russa de Todos os Santos do Patriarcado de Moscovo (Lisboa) foi atacado. A polícia portuguesa instaurou um processo criminal. Pessoas de ascendência ucraniana são suspeitas de cometer o crime”, diz a nota da embaixada, mas não há notícia dos alegados atacantes terem sido identificados.

Ha ainda situações relatadas de ativistas ucranianos ou pro-ucraniano terem perturbado o normal funcionamento das igrejas e escolas frequentadas por cidadãos russos, muitos deles radicados em Portugal há décadas e que nunca antes tinham sido alvo de ataques xenófobos como agora.

A nota acrescenta que a comunicação social portuguesa publica muitas histórias sobre “russos maus” e silencia os casos de russofobia, pelo que “as organizações nacionalistas ucranianas sentiram-se livres para se envolverem em discursos de ódio contra russos no espaço da Internet.”

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