Zelensky disse numa conferência de imprensa na cimeira da Comunidade Política Europeia, em Budapeste, que desconhecia qualquer plano de Trump para acabar com a guerra na Ucrânia: “Talvez não saibamos alguma coisa”, admitiu o presidente ucraniano.
O porta-voz do Kremlin afirmou que Putin “nunca disse que tinham mudado os objetivos da operação militar especial.
Zelensky admitiu que “o fim iminente da guerra significa perdas”, num momento em que cerca de 20% do território ucraniano está sob controlo da Rússia. Mas também pode significar o abortar da entrada da Ucrânia na NATO.
Em 14 de junho passado, Putin estabeleceu os seus termos para o fim da guerra: a Ucrânia teria de prescindir da entrada para a NATO e aceitar perder a região do Donbass.
Zelensky reagiu com um “plano de vitória” que mais não é que prolongar a guerra ad eternum, implicando apoios dispendiosos da UE e dos EUA no esforço de guerra da Ucrânia e implicando o risco de envolvimento de outros países europeus.
Acontece que um dos pilares da campanha de Trump foi a critica da escala do apoio militar e financeiro dos EUA a Kiev. Trump afirmou que iria acabar com a guerra em 24 horas. Mas não disse como, nem ao próprio Zelensky.
Na quinta-feira, Putin felicitou Trump pela vitória, elogiou-o pela coragem demonstrada quando um atirador tentou assassiná-lo durante a campanha, e disse que as ideias de Trump para acabar com a guerra eram dignas de atenção. Trump disse à NBC que iria falar com Putin.
Entretanto, o jornalista americano Bob Woodward, no livro “Guerra”, cita um assessor de Trump não identificado dizendo que Trump e Putin terão conversado sete vezes nos últimos dois anos.
Na Europa os sinais de desgaste são evidentes. A economia fraqueja e a Hungria e a Eslováquia querem acabar com o apoio europeu a Kiev. Apelos ao fim da guerra chegam também do Brasil e da China. Segundo Zelensky, servem apenas os interesses da Rússia. O pragmatismo político irá ditar as suas regras.