Como mero observador à distância, pela televisão e redes sociais, o meu candidato nas presidenciais norte-americanas não existia. Não havia como escolher entre dois males. A vitória de Donald Trump não muda nada na vida do cidadão comum europeu. Aliás, se ele cumprir com a promessa de acabar com a guerra na Ucrânia, ficaremos todos a ganhar. Infelizmente, o futuro próximo dos palestinianos não parece conter a mínima esperança de dignidade e respeito pelos seus direitos.
Trump não é apenas o novo Presidente dos EUA. O Partido Republicano conseguiu abocanhar a maioria das vagas no Senado e na Câmara dos Representantes. Agora, eles podem ditar decisões e aprovar com facilidade as propostas mais inacreditáveis, como a deportação em massa de imigrantes, a proibição do aborto ou os cortes nos impostos para os mais ricos. É um retrocesso civilizacional.
O pior é que Trump volta a ser um farol para políticos da mesma laia, em todo o mundo. Vão nascer novos Javier Milei e os Venturas correm o risco de engordar mais um bocado.
É a vida. Teremos de os combater. Trump é a oportunidade para a esquerda, para os humanistas, para os democratas. Com o centro social e político a escorregar para a direita, a esquerda terá de se reposicionar à esquerda (passe a redundância).