Alentejo sempre!

Mais Alentejo é revista mensal, pensada e mantida pela carolice e saber do jornalista António Sancho. Como o nome indica, pugna – há quase 25 anos! – por um Alentejo a requerer mais atenção por parte do Governo de Lisboa. E é Mais Alentejo que, há 22 anos, em apropriada gala, decide galardoar «um conjunto de actividades, instituições, personalidades, projectos, etc., nomeadamente, nos sectores das artes, cultura, comunicação, desporto, lazer, turismo, tradições, iniciativa, inovação, empresas e sociedade em geral, tanto do Alentejo como do todo nacional e até a nível internacional, nomeadamente, de países de expressão portuguesa».

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Fui à festa deste ano, levado, como naturalmente acontece com todos os convidados, pelo facto de um dos homenageados ser do meu relacionamento e amizade: o Antigo Aluno Salesiano José Manuel Noites.

Eborense, fiel aos ensinamentos recebidos na Escola, como teve ocasião de sublinhar nos agradecimentos, alcandorou-se como dinâmico empresário metalúrgico, com celebrada actividade há mais de 50 anos na sua cidade natal, de que já tem a Medalha de Ouro. Foi-lhe entregue agora o Prémio PRESTÍGIO PERCURSO EMPRESAS. Dei-lhe o bem merecido abraço; aos demais galardoados, o abraço foi virtual, porque rejubilei com esta vontade de ver bem alto o nome do Sul português, tão genuíno e que tão maltratado tem sido.

José Manuel Noites

5 nomeados para 18 modalidades. Galardoados foram também José Raposo (recordou-se a sua interpretação a incarnar Rui Nabeiro no filme O Sr. Rui) e, a terminar, Tózé Brito.

Tozé Brito
José Raposo

A gala foi apresentada por figuras da nossa televisão e houve interlúdios musicais, a começar por Paco Bandeira (com os seus êxitos «A ternura dos 40» e «A minha cidade»;) a terminar, em mais uma homenagem ao cante, a fazer 10 anos de património imaterial classificado, a actuação do Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias.

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O brado Viva o Alentejo simbolizou, no final, a vontade de se sentir este Sul português mais acarinhado, sobretudo no que concerne às acessibilidades. Não se compreende a falta de atenção à melhoria das ligações ferroviárias a Évora e a Beja; não se entende porque não termina o troço de autoestrada de ligação a Beja para dar maior rendibilização ao aeroporto de Beja, como natural complemento do da Portela.

Em tempo de Romanos, foi Beja – Pax Iulia – uma cidade capital que deu cartas e atraiu forasteiros; hoje, o seu capital (sobretudo humano) parece desmerecer atenção. É um pecado capital, sem possibilidade de absolvição!

a estatueta do prémio Mais Alentejo

1 COMENTÁRIO

  1. Excelente crónica, bela estatueta.
    O Alentejo, pela memória de um passado não muito longínquo de sofrimento, fome e resistência, merece todo o respeito.
    Por um mais distante com cidades desenvolvidas e de abastança, merece a proporcional dignidade.
    Por um presente em que o seu património, recursos materiais e humanos ficam longe dos grandes centros de decisão, merece o desenvolvimento das acessibilidades. Incentivos que o poder central sabe serem imprescindíveis, mas que vai marginalizando em favor de outras prioridades.
    À revista Mais Alentejo, os meus parabéns pela resiliência e brio regional, sempre a pensar Cultura.
    Muito grata, José d’Encarnação.

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