Fui à festa deste ano, levado, como naturalmente acontece com todos os convidados, pelo facto de um dos homenageados ser do meu relacionamento e amizade: o Antigo Aluno Salesiano José Manuel Noites.
Eborense, fiel aos ensinamentos recebidos na Escola, como teve ocasião de sublinhar nos agradecimentos, alcandorou-se como dinâmico empresário metalúrgico, com celebrada actividade há mais de 50 anos na sua cidade natal, de que já tem a Medalha de Ouro. Foi-lhe entregue agora o Prémio PRESTÍGIO PERCURSO EMPRESAS. Dei-lhe o bem merecido abraço; aos demais galardoados, o abraço foi virtual, porque rejubilei com esta vontade de ver bem alto o nome do Sul português, tão genuíno e que tão maltratado tem sido.
5 nomeados para 18 modalidades. Galardoados foram também José Raposo (recordou-se a sua interpretação a incarnar Rui Nabeiro no filme O Sr. Rui) e, a terminar, Tózé Brito.
A gala foi apresentada por figuras da nossa televisão e houve interlúdios musicais, a começar por Paco Bandeira (com os seus êxitos «A ternura dos 40» e «A minha cidade»;) a terminar, em mais uma homenagem ao cante, a fazer 10 anos de património imaterial classificado, a actuação do Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias.
O brado Viva o Alentejo simbolizou, no final, a vontade de se sentir este Sul português mais acarinhado, sobretudo no que concerne às acessibilidades. Não se compreende a falta de atenção à melhoria das ligações ferroviárias a Évora e a Beja; não se entende porque não termina o troço de autoestrada de ligação a Beja para dar maior rendibilização ao aeroporto de Beja, como natural complemento do da Portela.
Em tempo de Romanos, foi Beja – Pax Iulia – uma cidade capital que deu cartas e atraiu forasteiros; hoje, o seu capital (sobretudo humano) parece desmerecer atenção. É um pecado capital, sem possibilidade de absolvição!
Excelente crónica, bela estatueta.
O Alentejo, pela memória de um passado não muito longínquo de sofrimento, fome e resistência, merece todo o respeito.
Por um mais distante com cidades desenvolvidas e de abastança, merece a proporcional dignidade.
Por um presente em que o seu património, recursos materiais e humanos ficam longe dos grandes centros de decisão, merece o desenvolvimento das acessibilidades. Incentivos que o poder central sabe serem imprescindíveis, mas que vai marginalizando em favor de outras prioridades.
À revista Mais Alentejo, os meus parabéns pela resiliência e brio regional, sempre a pensar Cultura.
Muito grata, José d’Encarnação.